O versátil diretor Ryan Murphy, criador de inúmeros sucessos na TV, como a série musical Glee e a antologia American Crime Story, acaba de lançar o seu mais novo projeto, a minissérie Hollywood, que chegou fazendo barulho na Netflix no dia 1º de maio. De todas as suas indiscutíveis qualidades, como a reprodução de época impecável, o elenco bem escalado e a inspirada direção de atores, a série se destaca mesmo ao reescrever a história de Hollywood para dar protagonismo àqueles que sempre foram personas non-gratas na indústria.
A trama começa bastante realista, retratando os anos 1940 no pós-Guerra, quando milhares de pessoas se mudavam para Los Angeles sonhando fazer carreira como astros de cinema e muitas vezes acabavam encontrando um caminho espinhoso pela frente. Como se sabe, o Sol não brilha para todos na indústria do cinema, e muitos desses jovens aspirantes a atores descobriam isso da pior maneira possível. A série faz ainda um dolorido retrato da normatização do assédio nos bastidores da Hollywood daqueles tempos, usando inclusive alguns personagens e situações reais para compor a trama.
Da segunda metade para o final, no entanto, a minissérie de Ryan Murphy assume tons de fábula ao levar o espectador a imaginar, “e se, em meados dos anos 40, um jovem negro conseguisse ter seu roteiro de cinema aprovado, com direito a ter seu nome nos créditos e a um Oscar? ( o primeiro Oscar para um roteirista negro na realidade só veio em 2018, com Jordan Peele pelo filme Corra!). E se o famoso astro de cinema Rock Hudson, que passou a vida escondendo sua verdadeira orientação sexual, tivesse conseguido romper os paradigmas da época e vivido suas paixões aos olhos do público? E se uma jovem e talentosa atriz negra tivesse sido escalada para o papel principal em um filme romântico em uma época que destinava a pessoas como ela apenas papéis de escravas ou empregadas estereotipadas?”.
Misturando realidade e ficção e reescrevendo a história de Hollywood para dar protagonismo a todos aqueles que foram excluídos, a nova produção da Netflix consegue fazer a mais eficiente e mordaz crítica à segregação e ao preconceito que ainda hoje domina a indústria cinematográfica mais lucrativa da história. É pelo exemplo, afinal, que se constrói algo novo.
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Fotos: Divulgação/Netflix.
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