“A tua paz fala pela tua vida, tanto quanto a tua vida se refletirá em volta, conforme a tua conduta em conflito ou em paz.” Esta frase, singela a princípio, escrita por Joanna de Angelis em seu livro Viver e Amar, diz muito sobre a necessidade de uma nova teoria psicológica que fale sobre a paz.
Vivemos tempos de violência e agressividades, no Brasil e no mundo, como nunca antes visto. O desrespeito ao outro, o não aceitar erros e nem opiniões alheais, a intolerância e o desequilíbrio emocional destroem as relações humanas como um furacão devastador, de norte a sul, de oriente a ocidente. Vamos deixando-se dominar pela loucura que grassa nas relações humanas, tornando este comportamento como hábito, motivado pelo instinto de defesa ou pela desculpa crível do “bateu-levou”. Somos adultos de corpo e alma mas agimos como crianças psicológicas. Roubou o meu doce eu choro e esperneio, bato o pé e bato na cara se me for permitido. Esta forma de agir demonstra o mundo íntimo de cada criatura em desequilíbrio provocando graves conflitos existenciais, desequilíbrios orgânicos e uma tremenda infelicidade.
Precisamos tomar consciência que, todo e qualquer fator externo, evento ou pessoa que me tire do sério, desequilibre a minha emoção, é porque preciso urgentemente operar uma grande mudança de valor íntimo e corrigir algo que está errado comigo. Ninguém nem nada, pode ter o poder de nos desequilibrar, de tirar-nos de nosso eixo. Ficar chateado e até magoado por um fato ou relação de outrem é perfeitamente natural, pois que a emoção brota do nosso inconsciente, fazendo a gente sofrer para mudar algo em nosso comportamento. O problema se dá quando após sentir a emoção perturbadora, ficamos ruminando pensamentos doentios, sentimentos de raiva, ressentimento e vingança, o que quase sempre nos leva a agressão e ao desequilíbrio íntimo, isto no mínimo.
Façamos uma reflexão profunda quando formos acometidos por uma emoção perturbadora, do tipo: “Porque isso que ele(a) disse, ou aquele fato me deixou tão triste, com raiva, com vontade de agredir?” É imprescindível responder a estas questões emocionais em aberto para operarmos uma mudança em nossa vida, em nossa sociedade. Só o exame de consciência pela dúvida quando somos acometidos por emoções em desalinho podem nos devolver a nossa paz e equilíbrio emocional.
Podemos e devemos agir com responsabilidade sendo por vezes severos, mas sem rispidez ou assédio moral. Consciência de si mesmo e de suas ações denotam certeza de convicções fortalecedoras que nos levam a ter muito mais disciplina sobre nossos atos e palavras. Devemos ser agentes propagadores da paz, da educação, do debate das ideias, dos ideais enobrecedores, nunca nos permitindo a rispidez, a violência ou agressividade. Qualquer de nossos atos, deve ser balizado pelos nossos valores de paz, para minha vida e para a vida dos que me envolvem.
Muitas vezes caluniado, em extremo sofrimento e grandes desafios existenciais somos jogados por nossa mente no fosso da tristeza e reagimos com violência contra nós próprios e contra os outros. Nestes momentos duríssimos da vida, é imprescindível cultivarmos a nossa paz interior, para mais tarde colher os frutos do equilíbrio e do bem estar quando os problemas, um a um, forem sendo resolvidos. Não tem mal que dure para sempre e o que parece ser sem solução já está solucionado. O desequilíbrio é apenas mais um e grande problema criado pela nossa mente para não resolvermos o que precisamos resolver.
Paz é irrestrita confiança em si mesmo, na vida, em Deus, em que tudo dará certo e se encaminhará para o bem, independente do resultado.
Mantendo nosso equilíbrio e serenidade, fugimos da loucura geral que assola a sociedade, deixamos de participar da confraria dos loucos e dos desequilibrados e nos tornamos pontos de luz, faróis humanos, que serão vistos ao longe, por muitos, sendo referência de comportamento, de bem estar, de viver mais feliz.
Lembre-se, “A tua paz fala pela tua vida, tanto quanto a tua vida se refletirá em volta, conforme a tua conduta em conflito ou em paz.”
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