Infância digital

Estamos vivenciando atualmente a cultura digital, em que nosso grande capital é a informação, e o conhecimento. As crianças também estão conectadas e atentas ao mundo digital, com todas as facilidades e perigos que a Internet proporciona. Mas será que os pais estão preparados para acompanhar e orientar seus filhos? Será que sabemos nos comportar nos novos ambientes eletrônicos? Será que as crianças e adolescentes, grandes usuários das redes sociais virtuais, utilizam a Internet de forma prudente?
Para responder a essas e outras questões, precisamos compreender a mudança de cenário que tivemos: nas décadas de 80 e 90, muitos pais deixavam seus filhos frequentemente à mercê da televisão, a “babá eletrônica” da época. Hoje, o computador assumiu este papel. Os pais permitem que os filhos passem horas à frente do computador, sem fornecerem-lhes qualquer tipo de orientação sobre alguns riscos que as novas tecnologias trazem.
Porém, entre a TV dos anos 80/90 e o computador há uma grande diferença: a criança assistia passivamente aos programas televisivos, enquanto com o computador, ela interage. A Internet é essencialmente interativa! Temos as salas de bate-papo e os comunicadores instantâneos, através dos quais podemos conversar em tempo real com qualquer pessoa; os sites de relacionamento, que permitem a criação de comunidades e discussão de assuntos; os blogs, que permitem a publicação de conteúdo como se fossem diários pessoais; entre outros serviços, sem contar na própria navegação, através da qual o jovem internauta pode clicar em tudo o que lhe aparecer à frente…

Tudo isso deixa as crianças e os adolescentes muito vulneráveis e é neste momento que os pais se fazem necessariamente presentes, acompanhando e orientando as crianças sobre o uso ético e seguro das redes sociais, podendo interagir com os filhos de forma lúdica e construtiva, mostrando à eles que a era digital pode e deve ser compartilhada em família.
Além disso, temos outro fator impactante: em geral, os pais não são muito familiarizados com a Tecnologia campo em que os mais jovens dominam muito bem, chegando até mesmo a ensinarem os mais velhos.
Diante desta realidade, não há como você ser um pai analógico se o seu filho é digital! Os pais e educadores precisam entender a linguagem e o comportamento dos mais jovens, mesmo nos ambientes virtuais.

Portanto, será que você, sendo pai ou mãe, conseguiria responder às seguintes perguntas:
· Você sabe se seu filho está em algum site de relacionamento?
· Sabe quem são os amigos virtuais dele e o tipo de mensagens trocadas?
· Tem idéia de quais fotos seu filho coloca no álbum virtual?
· Sabe se seu filho tem blog, fotoblog, etc., e o que publica nesse tipo de site?
Se você respondeu negativamente a alguma dessas perguntas, está na hora de fazer parte da vida digital de seu filho!
Fique atento ao que seu filho faz na Web, ao modo como utiliza os ambientes eletrônicos, converse com ele, inclusive por e-mail e comunicadores, mostre que você também domina este mundo virtual do qual ele tanto gosta. É fundamental saber orientar seu filho e passar a ser mais “digital” também, trocando até mesmo mensagens eletrônicas com ele, certamente essa atitude irá contribuir positivamente para o relacionamento entre vocês, além de diminuir os riscos de seu filho cair em alguns dos perigos que circulam pela Internet.
É importante ressaltar que nossas palavras devem ser materializadas pelo nosso exemplo. Lembrando os ensinamentos do Mestre Paulo Freire, “nossa prática não pode ser negadora do nosso discurso.”
Além da orientação no seio da família, é imprescindível destacar o papel da escola na conscientização dos alunos quanto ao uso ético, seguro e legal das novas tecnologias. Afinal, para a maioria das crianças, é a escola que marca o início da sua atuação pública. É na escola que muitas delas vivenciam o primeiro encontro com a sociedade e têm a oportunidade de, por meio da participação, começar a construir sua autonomia e a exercer sua cidadania, dentro e fora do mundo virtual, e que estas experiências possam ser positivas e gratificantes com o acompanhamento dos pais e professores!






Psicopedagoga Clínica - Atendimento clínico particular para crianças e adultos com dificuldades cognitivas e comportamentais. Graduada pela UNISINOS. Especialista em Psicopedagogia Clínica pela PUC - RS Email para contato: [email protected]