O amazonense Guilherme Gomes, de 20 anos, faz sucesso nas redes sociais defendendo um projeto muito importante, as “faxinas solidárias”. O jovem, que trabalha como diarista, se oferece para limpar a casa de pessoas que convivem com a depressão.
Em entrevista para a Folha, Guilherme contou que a ideia surgiu quando ele ainda morava em Manaus (AM) e percebeu que algumas casas onde fazia faxinas tinham objetos acumulados e higiene precária.
“Ao invés de julgar, abandonar o serviço ou fazer só pelo dinheiro eu perguntava para o cliente se ele estava bem. Foi então que começaram a me relatar os problemas que envolviam perdas recentes, depressão e problemas financeiros. Algumas faxinas eu nem cobrava porque via o quanto estava difícil”, conta.
Algum tempo depois, Guilherme passou a divulgar as faxinas solidárias quando tinha o consentimento do cliente. Hoje, o diarista, que fixou residência em São Paulo, conta com 35 atendimentos do tipo.
Através de doações, o jovem dá continuidade ao serviço e, com ele, se tornou um influenciador e defensor deste tema que, além da limpeza, envolve a saúde mental.
“Há uns quatro meses, quando comecei a divulgar, muita gente do país me procurou. E comecei a falar e mostrar que a depressão, por exemplo, não é frescura, é um assunto sério e que merece atenção, principalmente do poder público. Vejo que eu faço um trabalho que poderia ser realizado por governantes, mas não é o que acontece”, diz.
A Pesquisa Vigitel 2021 aponta que cerca de 11,3% dos brasileiros receberam um diagnóstico de depressão. A incidência maior é entre mulheres, com 14,7%. Além da depressão, outras patologias podem causar estes comportamentos, de acordo com Vanessa Flaborea Favaro, psiquiatra e diretora dos ambulatórios do IPq-USP (Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo).
“Qualquer outra patologia psiquiátrica que traga uma perda de capacidades pragmáticas pode fazer com que a pessoa não consiga ter esse autocuidado ou o cuidado com a casa. Demências, pacientes psicóticos afastados da realidade e um estado grave, uma outra patologia, em especial, o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que muitas vezes leva a limpeza exagerada de uma parte do corpo ou da casa. Além dos acumuladores, que não conseguem se desfazer de objetos mesmo que sejam danosos para a higiene do ambiente”, diz a psiquiatra.
Segundo a profissional, a internação pode ser necessária em casos extremos. A ajuda com a limpeza, em muitos casos, representa um alívio para quem está em sofrimento mental.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações da Folha/UOL.
Fotos: Adriano Vizoni/Folhapress.
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