Se você ainda duvida que fazer o bem faz bem, é porque ainda não conhece a história da jovem Yara Bardalles. Tentando superar seus próprios desafios, ela acabaou encontrando um caminhando para ajudar não somente a si mesma, mas a toda uma comunidade.
Diagnosticada com depressão e transtorno bipolar, a adolescente de 16 anos conheceu o trabalho do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) Samaúma, em novembro de 2018, quando começou a fazer o acompanhamento através da unidade em Rio Branco.
Após alguns meses de acompanhamento, Yara assim como a coordenação do local perceberam que algumas pessoas deixavam de participar das atividades no local por falta de recursos financeiros para custear as passagens.
Foi quando tiveram a ideia de vender o artesanato que produziam durante os encontros da terapia ocupacional.
“A gente estava observando que tinha muitos pacientes que não conseguiam mais custear a ida até lá. Então, pensamos em uma estratégia que a gente pudesse fazer algo para que essas pessoas pudessem manter esse tratamento”, conta sobre a ideia.
Surgia, a partir daí a cooperativa Ciranda Samaúma, na qual eles produzem artesanatos durante a terapia ocupacional e vendem durante eventos feitos pela Secretaria Estadual de Saúde e também através de encomendas feitas pelas redes sociais. O objetivo é empoderar tanto socialmente como financeiramente os pacientes acolhidos no local.
“É um empurrãozinho, eu tinha momentos de crise e nesses momentos não por obrigação, mas o empurrãozinho, crio forças porque a cooperativa precisa de mim, penso”, conta.
O grupo está unido em ação durante um mês de atuação. Segundo relata Yara, o trabalho tem trazido efeitos positivos na luta contra a depressão.
Além disso, o grupo se ajuda e quando alguém tem habilidade em desenvolver determinado produto, ele ajuda o outro. Todas as peças, segundo explica, têm um conceito. Além disso, eles ainda desenvolvem as relações sociais.
A cooperativa ainda é nova, está apenas começando. A diretoria foi formada recentemente e deve ganhar forma jurídica nos próximos dias com criação do CNPJ e funcionar dentro da lei.
Yara é vice-presidente e diz que está orgulhosa em poder ver os resultados que a atividade tem trazido em sua vida, além de refletir no tratamento de outras pessoas.
Atualmente são pouco mais de 20 membros que têm trabalhado e, além de fazer parte do tratamento, ainda tiram um lucro financeiro e são fortalecidos na luta contra a patologia.
“A cooperativa tem um poder de empoderar as pessoas muito grande. Eu tenho dificuldades para falar, mas tenho que estar ali explicando o produto, falando com as pessoas, explicando a cooperativa de tudo e me ajudou nesse meio”, conta.
No grupo, o trabalho é feito na base do respeito. Há a intensidade de pessoas que lidam com crises em alguns momentos, mas a união, segundo ressalta, faz com que trabalhem com respeito ao tempo de cada um.
A mãe de Yara, a contadora Gleni Bardalles, de 39 anos, diz que antes de tudo, enquanto família, é importante participar de perto, motivo pelo qual ela faz parte da cooperativa.
“Fico muito feliz. Tenho um orgulho imenso porque conheço o potencial dela [Yara] e sei que pode crescer muito e ajudar as outras pessoas”, comemora.
Gleni diz que muitas pessoas que vivem com esse quadro, às vezes, são excluídas da sociedade por causa do preconceito, de não serem compreendidas. “E a gente sabe que não é bem assim e por isso é tão importante esse empoderamento”, conta.
Neste momento, ela diz que o amor mostra para eles que a família está ali para o que der e vier. “Foi uma coisa que aprendi no CAPS que foi de fundamental importância, porque antes não sabia lidar com a minha filha, não entendia a patologia dela e quando conheci o CAPS, fui aprendendo a lidar e como reagir diante de uma crise”, conta.
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Destaques Psicologias do Brasil. Com informações de G1.
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