Phelipe de Moura Ferreira, 26 anos, um dos brasileiros resgatados após meses como refém de uma quadrilha de tráfico humano em Mianmar, revelou detalhes de sua rotina de torturas e da pressão para aplicar golpes sob ameaças da máfia chinesa. Atraído por uma falsa proposta de emprego na Tailândia, ele foi forçado a enganar brasileiros por meio de perfis falsos em redes sociais.
Phelipe aceitou uma oferta que parecia irrecusável: um trabalho promissor na Tailândia, com um salário de R$ 2.000. No entanto, ao chegar ao destino, foi obrigado a assinar um contrato falso, descobrindo que receberia apenas comissões e que, na realidade, era um prisioneiro de um esquema de golpes virtuais.
“Eu assinei o ‘contrato’, porque era falso, e foi lá que percebi que tinha caído em uma cilada. O salário prometido era R$ 780, e no contrato dizia que não teríamos um salário fixo, apenas comissões”, relatou.
A rotina no cativeiro incluía turnos de 15 horas diárias de trabalho forçado. Ele fingia ser uma modelo chinesa nas redes sociais para enganar brasileiros, atraindo vítimas pelo Instagram e WhatsApp. “Todo dia eles torturavam pessoas. Colocavam música chinesa muito alta e levavam as pessoas para uma sala onde eram espancadas”, contou.
Os criminosos impunham metas financeiras. Inicialmente, Phelipe precisava arrecadar US$ 5.000 em golpes. Antes da fuga, a meta já havia dobrado para US$ 10 mil.
“Eu fazia o máximo para não ser agredido”, disse, mostrando hematomas nas pernas. Apesar de reconhecer que não sofreu tantas agressões físicas, presenciou violência extrema contra outros reféns.
Em 8 de fevereiro, Phelipe e outros reféns conseguiram escapar do cativeiro. Dois dias depois, foram capturados pelo Exército Democrático Karen Budista (DKBA), um grupo rebelde de Mianmar. Eles foram levados a um centro de detenção após negociações com a ONG Exodus Road, que confirmou o resgate de 368 estrangeiros de 21 países.
Antes da fuga, Phelipe alertou o pai por mensagem: “Vamos tentar daqui a pouco. Se acontecer algo comigo, saiba que tentei ao máximo”.
Segundo os familiares, a operação de resgate não contou com apoio do Ministério das Relações Exteriores ou da embaixada brasileira. “O mérito foi todo da ONG. A embaixada apenas aguardou a boa vontade das autoridades de Mianmar, que já sabiam onde eles estavam, mas não fizeram nada”, afirmou Antonio Carlos Ferreira, pai de Phelipe.
O caso reforça os alertas sobre quadrilhas de tráfico humano na Ásia, que atraem vítimas com falsas ofertas de emprego. Phelipe, agora livre, usa sua história para conscientizar outros brasileiros. “Se um modelo de Taiwan entrar em contato com vocês, cuidado! São golpistas”, advertiu em suas redes sociais.
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Fonte: UOL
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