No dia de hoje, sexta-feira (18), uma enfermeira britânica de 33 anos foi considerada culpada pelos crimes de homicídio de sete recém-nascidos e tentativa de homicídio de outros seis bebês em um hospital neonatal, após um extenso julgamento que comoveu todo o Reino Unido.
A ré, Lucy Letby, descrita pela acusação como “fria, calculista, cruel e implacável”, desempenhava suas funções na unidade de terapia intensiva do hospital Countess of Chester, localizado no noroeste da Inglaterra. Durante o período de junho de 2015 a junho de 2016, sete bebês recém-nascidos morreram de maneira súbita e inexplicável, muitas vezes com intervalos de apenas algumas horas. Adicionalmente, outros 10 bebês estiveram à beira da morte, porém conseguiram sobreviver com intervenções médicas.
As acusações contra Letby afirmam que ela utilizou métodos como a administração de insulina ou ar nas veias, assim como a alimentação excessiva por meio de sondas nasogástricas, para causar as mortes dos bebês. Em alguns casos, ela combinava diferentes métodos para atingir seu intento.
Na época dos crimes, Letby tinha 25 anos e foi identificada como a única enfermeira de plantão durante os falecimentos, de acordo com o juiz James Goss.
Familiares das vítimas expressaram em um comunicado que a condenação da enfermeira não trará alívio para a “dor extrema, raiva e sofrimento” que eles continuam a enfrentar. A sentença de Letby será anunciada na próxima segunda-feira (21).
Letby, que anteriormente havia tentado atentar contra a vida de diversos outros bebês em ocasiões distintas, enfrentou um total de 22 acusações, sete delas relacionadas a homicídio e 15 relacionadas a tentativas de homicídio de 10 recém-nascidos.
Diante da comoção gerada pelo caso e das preocupações acerca da segurança no sistema de saúde, o governo britânico determinou uma investigação independente.
Durante o julgamento, que teve início em 10 de outubro em Manchester, os bebês foram identificados por letras (de A a Q) para proteger a identidade das famílias, cujos pais frequentemente testemunharam com emoção.
A defesa de Letby a descreveu como uma profissional “dedicada”, afirmando que seu trabalho era sua vida.
O promotor Nick Johnson meticulosamente apresentou a organização de Letby, apontando eventos similares entre as mortes. Ele explicou que a enfermeira atacava os bebês após seus pais saírem, quando a enfermeira-chefe estava ausente ou durante a noite, quando ela estava sozinha. Às vezes, Letby participava dos esforços para salvar os bebês ou auxiliava pais angustiados.
As vítimas incluem gêmeos e até trigêmeos, com dois dos trigêmeos falecendo com apenas um dia de diferença. O terceiro bebê foi salvo graças à insistência dos pais para sua transferência a outro hospital.
Em 2018, um bilhete encontrado na casa de Letby continha a declaração: “Não mereço viver. Eu os matei de propósito porque não era boa o suficiente para cuidar deles. Sou uma pessoa horrível.” Em outros registros, a enfermeira alegou sua inocência. O advogado de defesa, Ben Myers, argumentou que o serviço neonatal do hospital recebeu uma quantidade excepcionalmente alta de bebês com necessidades médicas intensivas em 2015-2016 e que falhou em sua responsabilidade.
Letby foi transferida para uma função administrativa em junho de 2016. Ela foi detida pela primeira vez em 2018 e, posteriormente, em 2019, antes de ser colocada sob custódia em novembro de 2020.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações do Notícias UOL.
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