Por Luísa Bem Dal Pozzo
La La Land, o novo filme do jovem diretor Damien Chazelle, concorreu ao Oscar em 14 categorias, igualando-se a clássicos como Titanic e Ben-Hur, e levou 6 estatuetas – incluindo Melhor Atriz (Emma Stone) e Melhor Diretor.
O longa musical resgata, com muita sensibilidade, a cultura e o estilo de filmes típicos dos anos 1950, 1960 apesar de se passar nos dias atuais. Com um figurino e uma fotografia belíssimos, o filme encanta os olhos, é visualmente muito bonito. A trilha sonora também marca presença por ser de uma sonoridade muito agradável, com músicas sensíveis, alegres e emocionantes. Apesar de ser um musical, não conta com tantos momentos dançados e cantados, o que faz com que seja uma boa pedida até para quem não curte muito o gênero. Os dois atores principais – Emma Stone no papel de Mia, e Ryan Gosling como Sebastian – entraram tanto em seus personagens que dispensaram dublagem e aprenderam eles mesmos a cantar, dançar e tocar para representarem com mais naturalidade seus papéis. E essa excelente atuação rendeu a ambos diversas indicações para premiações no mundo todo, incluindo o Oscar.
O enredo parece bastante simples (até clichê, eu diria), mas isso não desmerece em nada o brilhantismo da obra. Trata-se de dois jovens, Mia, que tenta insistentemente ganhar a vida como atriz, e Sebastian, um músico apaixonado pelo jazz de antigamente. A história acompanha os dois jovens na onírica cidade de Los Angeles, conhecida por ser a cidade das estrelas, mas que também é capaz de destruir e esmagar sonhos, levando embora a esperança e partindo corações.
A história desenrola-se muito bem humorada, com cenas divertidas – até engraçadas -, mas sem perder a elegância e a delicadeza. Quando em dado momento os dois artistas encontram-se, o público já deduz o que acontece: eles se apaixonam, realizam seus sonhos e ficam juntos no final. NÃO! É aí que você se engana. Sim, o filme parece um conto de fadas, mostra momentos lindos e felizes do casal (sim, eles se apaixonam), porém também traz passagens de dor e frustração comuns a todos aqueles que sonham – bastante comuns aos aspirantes a artistas. É lindo, é alegre, mas também tem uma pontinha de melancolia e quebra de expectativa, o que torna o filme tão especial.
Se você é artista (ou espera ser) com certeza vai se identificar com a história. Los Angeles é linda, cheia de brilho e alegria; contudo sabe ser cruel da mesma forma. E La La Land está aí para nos mostrar isso. A cidade das estrelas e a cidade dos corações partidos. La La Land apresenta-nos um conto de fadas no mais delicado estilo, mostra jovens que vão atrás de seus sonhos e que renunciam a muitas coisas na vida. La La Land é um conto de fadas, mas chega pra mostrar que nem sempre a vida é igual a um conto de fadas.
TEXTO ORIGINAL DE OBVIOUS