Luana Dallacorte de Moura, 24 anos, é jovem e tem síndrome de Down. Mas não é isso que a define. No dia 17 de março, pela faculdade CNEC ela se formou em Fisioterapia e brindou a todos com as seguintes palavras:
“Escolhi a fisioterapia porque amo as crianças e idosos, me identifico muito com cadeirantes, pessoas com síndromes, autistas e percebo que tenho a missão de tratar a saúde de todas as pessoas de uma maneira global.”
Luana conta como na sua prática de fisioterapeuta quer manter um diálogo franco com a família dos pacientes especiais, superando os velhos tabus de comunicação ao fazer um diagnóstico ou propor novos terapias.
“Não tenho nenhum preconceito de falar. Meu trabalho de conclusão de curso focou no tratamento dos meus futuros pacientes.”
Luan projeta atuar na teoria e prática da “Gameterapia”, terapia que utiliza de videogames em sessões fisioterapêuticas, ortopédicas e neurológicas que, humanizando o tratamento muitas vezes doloroso e exaustivo, possibilita interatividade ganhos de qualidade com pacientes com deficiência. Considerado inovador e elogiado pelos professores, o tema do TCC foi “O tratamento de gameterapia nos portadores de paralisia cerebral”.
Luana conta que as pessoas com dificuldade de locomoção precisam ser incentivadas a mudar certos paradigmas mentais; por isso, ela considera fundamental exercitar o cérebro com ferramentas virtuais, como os jogos.
Luana traçou a estratégia de seu trabalho, reconhecendo as limitações psicológicas que muitos pacientes enfrentam e que os impedem de avançar. “Um cadeirante, por exemplo, pode sentir medo de caminhar,” reflete.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, não há conhecimento “de outra pessoa com a síndrome que tenha se formado em Fisioterapia”. Além da modernidade do trabalho sugerido por Luana para o prosseguimento de sua carreira, trata-se de uma pioneira no Brasil, alguém que está abrindo fronteiras antes ainda não desbravadas por pessoas com síndrome de Down.
Com informações de Razões para Acreditar