Me chamo Sarah Nicolleli e sou mãe de um jovem adulto Esquizoafetivo do tipo maníaco. Em 2010, em sua primeira crise (surto) foi quando ouvi a palavra ESQUIZOFRENIA. De lá pra cá, foram 2 internações, uma tentativa de suicídio, negação e hoje a aceitação.
Decidi com a minha procura, abrir uma página no Facebook chamada: Filhos Amados e Com Esquizofrenia. Sim, é Possível Conviver e também o Grupo de apoio para mães e cuidadores denominado: MÃOS DE MÃES.
A esquizofrenia causa um grande impacto na família e tem-se primeiro por hábito negar a doença, seguida de culpa, medo, insegurança, raiva e muitas dúvidas.
Quando um familiar adoece (no meu caso , o filho), é natural que a mãe tome frente aos cuidados necessários com ajuda dos familiares, mas na esquizofrenia muitas mães são “abandonadas” por familiares e se sobrecarregam mentalmente, adoecendo sem perceberem.
Eu, como mãe e cuidadora, o primeiro passo que dei foi ACEITAR o diagnóstico e a partir daí informar-me sobre a Esquizofrenia.
As dicas que costumo dar as mães são muitas e variam do momento em que se encontram quando me procuram, mas creio que as mais importantes são estas:
NÃO SE CULPE! lembre, o corpo adoece, a mente também. Nem você nem o portador da doença tem culpa.
NÃO É ESPIRITUAL! algumas famílias procuram na religião as respostas, por acharem que as alucinações são espirituais. Cuide do corpo, mente e alma, cada um no seu momento. Não permita que a doença se agrave atribuindo a religião a provável “cura”.
SUPERPROTEGER – costumamos ter o olhar maternal e superprotegemos. Não tire a autonomia da pessoa com esquizofrenia. Com o tempo você saberá quando são sintomas da doença latentes e quando é a personalidade que age.
INCENTIVE – A avolição (falta de vontade) é um dos sintomas negativos da doença. Procure incentivar uma leitura, esportes, terapias e até mesmo trabalho.
NÃO TENHA VERGONHA! levar conhecimentos às pessoas é a melhor maneira para quebrar barreiras e preconceitos.
NUNCA chame a pessoa de louca ou incapaz. Não alimente algo que ela possa vir a acreditar. O papel de cuidador não é fácil, mas criticar não é a solução.
CUIDE-SE – você também precisa de cuidados, terapia e lazer. Tire um tempo só pra você.
ESTUDE – pesquise, participe de grupos de apoio e ajuda.
NÃO SEJA HOSTIL – um lar harmonioso é refrigério para o portador de Esquizofrenia.
NÃO SEJA INDIFERENTE – o que eles dizem sentir (ver, ouvir) para eles é real. Não deboche ou duvide.
NÃO COBRE em demasia – críticas e cobranças não irão ajudar, ao contrário, pode levar o portador a ter uma crise.
LEMBRE-SE – a pessoa com esquizofrenia e que está medicada pode ter uma vida praticamente normal, apenas um pouco mais limitado – por consequência também dos efeitos colaterais dos medicamentos, mas com amor e paciência aliados as terapias e tratamentos médicos, posso lhe afirmar que Sim, é possível conviver com a pessoa com Esquizofrenia.
Quer saber mais? entre para o Grupo Mãos de Mães no Facebook e no whatsapp (41) 99113-4134 Sarah
Venha saber mais da minha história e verá que vale a pena cada segundo que lutou, cada noite que chorou e cada passo largo que seu ente querido deu.
Imagem de capa: Kate Derr/shutterstock
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