Fátima Dourado mora em Fortaleza e tem 6 filhos, dois deles nasceram com autismo. Sua batalha contra o preconceito começou cedo, quando percebeu que havia uma sociedade que ainda não estava pronta para recebê-los. Durante anos, procurou escolas e praticamente todas lhe disseram que não possuíam profissionais capacitados para atender às demandas de seus filhos. Apenas uma conseguiu aceitar o filho mais velho, mas quando o menino tinha 13 anos, pediram-lhe que ele não voltasse no ano seguinte porque não podiam continuar a educá-lo.
Com a dor na alma, Fátima viu seu mundo desabar, mas saber que havia outras mães que passavam pela mesma situação deu-lhe uma ideia: fundar a sua própria instituição escolar.
Com suas próprias economia e uma ajuda que conseguiu com o governo, Fatima deu início ao projeto Casa da Esperança, onde trabalha uma equipe multidisciplinar preparada para educar meninos e meninas com diferentes deficiências, além de incluir as mães no processo.
O modelo inovador fez da Casa da Esperança uma referência educacional. A sede conta com diversos profissionais que hoje lideram um dos mais importantes centros educacionais do mundo em termos de educação especial.
A Casa da Esperança atualmente cuida de 400 crianças com autismo em cuidados intensivos de 4 a 8 horas por dia. Eles apóiam as famílias entregando materiais para o trabalho em casa e também deixando atividades.
Internacionalmente, a Casa da Esperança se dedica à realização de fóruns, palestras e divulgação de materiais nas escolas, com o objetivo de que elas considerem seu posicionamento em relação à inclusão.
O desejo de Fátima de garantir que os seus filhos nunca mais fossem rejeitados não só permitiu que a sua família mudasse de vida, mas também possibilitou que centenas de outras pessoas já não precisem procurar por uma oportunidade, porque ela já existe. É claro que o panorama já não é mais o mesmo de 10 anos atrás, mas isso é graças aos esforços de pessoas que conseguiram ousar evoluir o sistema.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de UPSOCL.
Fotos: Reprodução.
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