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Mães pobres têm direito a maternar, portanto, não peguem filhos dos outros pra “ajudar”

Carol Nakamura revelou publicamente que o menino Wallace, de 11 anos, voltou a morar com a mãe biológica depois de ter vivido com ela e seu marido, Guilherme Leonel, por dois anos, em um processo de guarda. Desde o anúncio, feito nesta terça-feira, o assunto ganhou enorme proporção nas redes sociais, onde há quem se solidarize com a situação difícil vivida pela bailarina e também quem a critique por expôr a criança na mídia.

No Twitter, o caso figurou entre os assuntos mais comentados desta terça, e um dos pontos de vista sobre o assunto que mais geraram reflexões foi o da professora e doutora Carolina Pinho, organizadora do livro “Pedagogia Feminista Negra: primeiras aproximações”. Em uma série de tweets, ela falou sobre como a mídia erra ao chamar Wallace de filho adotivo, além de tratar o caso pelo ponto de vista da mãe biológica da criança.

“O que a Carol Nakamura fez não é adoção. Ela não era mãe adotiva da criança. Pegar criança de uma família pobre não é adoção. Espero que fique a lição: mães pobres têm direito a maternar, portanto, não peguem filhos dos outros pra ‘ajudar’. Usem o trâmite legal e evitem transtornos. Se a Carol Nakamura tivesse passado pelo processo de adoção legal, ela certamente não estaria expondo o rostinho da criança e fazendo esse circo em torno da adoção.”, iniciou a Doutora, que é conhecida no Twitter como @cacapinho.

“Crianças pobres não são coisas ou pets que vocês podem pegar na casa da mãe pq ela ficou sem condição de criar. Quer ajudar, oferece um emprego para os pais ou aciona o Estado. Pegar filho dos outros pra criar não é adoção. É ilegal.”, continuou a professora.

“É irresponsável afirmar que a criança que estava com a Carol Nakamura era seu filho adotivo dela e foi devolvido pq isso gera um ambiente de insegurança sobre adoção. As pessoas ficam achando que uma adoção pode ser desfeita. E isso não é verdade! O único jeito seguro pra você e pela criança é a adoção legal. Portanto, não pegue pra criar uma criança pela qual você criou amor e acha que vai ter uma vida melhor ao seu lado. Isso é inseguro e descredibiliza um sistema que já é frágil.”

“A Carol Nakamura não passou pelo Sistema Nacional de Adoção. Ela não era mãe da criança. Ela tinha a guarda provisória de uma criança pela qual se “encantou”. E a postura dela prova que passar pelo sistema é importante pra conhecer como ele funciona e proteger todas as partes.”, finalizou Carolina Pinho.

Quem também abriu novas possibilidades de entendimento sobre o assunto foi a youtuber e podcaster Gabi Oliveira, conhecida no Twitter como @depretas. Em um vídeo postado em seu canal, ela reforçou que Carol Nakamura não era mãe adotiva de Wallace, uma vez que ela tinha apenas a guarda do menino, e criticou a exposição da criança nas redes. Veja o vídeo abaixo:

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Foto destacada: Reprodução/Instagram.

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