Garotas adolescentes que passam cinco horas ou mais por dia utilizando o smartphone têm um risco maior de desenvolverem depressão em 71%, segundo um novo estudo publicado no periódico científico Clinical Psychological Science.
O estudo apontou que as meninas são mais vulneráveis do que os meninos às pressões estéticas estimuladas pelas redes sociais, como o Facebook e o Instagram, por meio da quantidade de curtidas de recebem em suas fotos, por exemplo.
Aquelas que acessam essas redes sociais todos os dias têm uma tendência 14% maior para a depressão, contra 13% dos adolescentes de ambos os sexos. Além disso, analisando a tendência de casos de depressão entre 2012 e 2015, a doença teve um aumento de 58% entre as meninas, enquanto para os meninos foi de apenas 9%.
Pesquisadores da Universidade Estadual de San Diego, nos Estados Unidos, compararam sintomas depressivos e os fatores de risco de suicídio, como a vontade de colocar o fim à própria vida ou o fato de já o terem tentado no passado, aos padrão de uso de aparelhos eletrônicos de cerca de 133.000 adolescentes.
Além dos resultados já citados, os cientistas descobriram que os adolescentes, tanto meninos quanto meninas, que passavam mais tempo longe das telas e que se dedicavam mais ao contato social físico, bem como a esportes e exercícios, apresentaram menos sintomas.
“Nossos resultados mostram claramente um maior efeito do uso de smartphones e das redes sociais para as meninas do que para os meninos. Isso pode dever-se fato de que os meninos tendem a utilizar seus dispositivos para jogar, por exemplo”, disse Jean Twenge, principal autora do estudo, ao tabloide britânico Daily Mail.
Além disso, Jean sugere que a pressão estética, a auto-objetificação e a competição as quais as meninas são submetidas ao longo da vida também explicam esse fenômeno. “O que é diferente agora é que esse ‘status’ pode ser quantificado com número de curtidas e seguidores.”
“Esses dados são alarmantes. Embora o estudo não indique, com certeza, que o crescente uso de smartphones acompanhou um aumento dos problemas de saúde mental, essa foi de longe a maior mudança na vida dos adolescentes entre 2010 e 2015.”
Imagem de capa: Daria Nepriakhina on Unsplash
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