Por Katie Clark
A maioria das pessoas já ouviu falar de depressão pós-parto. É um problema muito real e muitas vezes devastador que muitas mulheres experimentam. Enquanto no passado era algo que não se falava e muitas mães sofriam em silêncio, nos anos mais recentes, é algo que as pessoas discutem e as mulheres estão mais conscientes. O que é maravilhoso.
No entanto, o que dizer sobre a depressão pré-natal? De acordo com esse site, até recentemente, os especialistas pensavam que os hormônios da gravidez ajudassem a prevenir a depressão durante a gravidez. No entanto, agora acredita-se que não só o rápido declínio nos níveis hormonais após o nascimento pode causar depressão, mas o rápido aumento durante a gravidez pode alterar a química do cérebro, resultando em depressão.
Eu sempre quis ser mãe. Enquanto crescia, eu sempre senti que era o que eu estava destinada a ser – uma mãe. Sempre que nos perguntaram o que queríamos ser quando crescesse, eu sempre dizia mãe. Mesmo que eu nunca soubesse quando iria acontecer, eu sabia que era o que eu queria ser.
Acelerando o filme para 04 de julho de 2011. Forrest e eu tínhamos seis meses de casados e estávamos ainda estudando. Alguns familiares meus do Colorado tinham ido visitar-nos, e tinham acabado de deixar a nossa casa para ir ficar com minha irmã que vive cerca de uma hora ao norte. Logo depois que eles saíram, eu descobri que estava grávida.
Apesar de sempre querer ser mãe, eu não achava que este era o momento. Em vez de me alegrar e me emocionar, senti-me assustada e sozinha. Eu fui até a casa da minha irmã mais tarde naquele dia, e estava à beira das lágrimas o tempo todo. Minha família toda achou que eu estava apenas estranhando tudo e extremamente triste que Forrest tivesse que trabalhar naquele dia em vez de vir comigo. Eu estava triste sim por ele não estar lá, mas, principalmente, porque eu sentia que eu não tinha ideia do que estava prestes a acontecer na minha vida. Lembro-me de meu cunhado, AJ, fazer uma piada sobre como eu estava provavelmente grávida já que todas as minhas irmãs estavam. Mal sabia ele.
Ao longo das próximas semanas, meu humor não melhorou. Eu acordava no meio da noite tendo graves ataques de pânico. Eu nunca vira nada como isso antes, e eu me sentia sem controle sobre o que estava sentindo. Preocupei-me se minha família iria ficar com raiva de mim por estar grávida (não me pergunte por que, já que eu tenho uma família muito amorosa e solidária), e eu tinha certeza de que a minha vida tinha acabado. Eu pensava que nunca iria terminar a faculdade, ter uma carreira, ou viajar com Forrest (não se preocupe afinal eu nunca quis uma carreira contundente, e nunca tive muito desejo de viajar de qualquer maneira) eu me sentia uma pessoa completamente diferente.
Cerca de sete semanas mais tarde, comecei a ter náuseas horríveis e os enjôos matinais, que durou por quase todo o tempo da minha gravidez. A maioria dos dias eu só andava ao redor, sentindo como se estivesse em transe. Quando fui para a minha primeira consulta médica, eu sentei e chorei com a enfermeira. Ela era a minha graça salvadora naquele dia, por ficar calmamente sentada lá e ouvindo meus (principalmente os irracionais) medos. Nesse ponto, as únicas pessoas que sabiam que eu estava grávida eram Forrest, a clínica médica, e uma senhora que cortou meu cabelo algumas semanas antes. Desnecessário será dizer que, num momento em que eu precisava de mais apoio, eu não tive, o que era, obviamente, por minha opção!
Eu acabei deixando as duas disciplinas que eu estava frequentando naquela época porque era desgastante. A maior parte do meu tempo naquela época passei no meu quarto, enquanto Forrest trabalhava como salva-vidas em horários estranhos. Eu estava trabalhando em tempo parcial em um museu, tentando de todas as formas encobrir meus enjoos e o desinteresse geral na vida.
Ao longo das próximas 28 semanas, eu tentei de tudo para acabar com a minha depressão e ansiedade. Eu sentia muita culpa – havia tantas mulheres que fariam qualquer coisa para estar na minha posição, e lá estava eu, grávida naturalmente e me sentindo completamente angustiada com isso. Eu estava constantemente me culpando por isso. Apesar de tudo, eu sabia que amava o bebê que estava chegando a nossa família. Eu o amava tanto, que me sentia culpada de ele vir para uma pessoa como eu – alguém que era egoísta e que estava deprimida. Eu sabia que ele ia ter o melhor pai do mundo, mas uma mãe que se sentia inútil, impaciente, e indigna de ser a mãe de um ser humano tão perfeito.
Eu não sabia para onde me virar. Canalizei toda a minha energia para ter certeza de ter feito tudo certo na gravidez – Eu pensava que se eu tomasse antidepressivo, poderia afetar meu filho. Eu me recusei a comer qualquer coisa que pudesse eventualmente afetá-lo. Como se vê, excesso de preocupações é um sintoma de ansiedade / depressão durante a gravidez.
Houve alguns momentos ao longo da minha gravidez em que senti esperança, toda ela em torno do meu doce Jack. Sentindo-o chutar pela primeira vez, e vê-lo em ultrassonografias. Eu guardei esses momentos, porque eles me deram um vislumbre de esperança.
No momento em que eu segurei Jack pela primeira vez foi um momento que eu nunca vou esquecer. Eu senti como se toda a tristeza e desespero que eu estava sentindo nos nove meses anteriores desapareceram. Esses primeiros dias no hospital eram perfeitos. Quando cheguei em casa, experimentei um pouco de depressão pós-parto, mas depois de algumas semanas isso se foi também. Mesmo tendo iniciado a viagem mais difícil da minha vida, senti ser também a mais interessante. Apesar de tudo o que eu tinha atravessado, tudo valeu a pena – todos os meus pensamentos irracionais eram apenas isso, e eu era (e ainda sou) completamente apaixonada pelo Jack.
Existem alguns gatilhos para a depressão durante a gravidez – alguém que estava feliz todos os dias de sua vida até o dia em que ficou grávida pode estar tendo depressão. Enquanto não há uma causa primária, é provável que o gatilho seja o súbito aumento de hormônios, fazendo com que a química do cérebro seja afetada. Abaixo estão algumas situações que podem colocar uma mulher em um maior risco de experimentar a depressão durante a gravidez.
Muitas mulheres sentem períodos de tristeza durante a gravidez, e embora sejam números preocupantes – cerca de 7 a 20 por cento das mulheres sofrem de depressão prolongada durante a gravidez. Muitos dos sintomas são emoções que praticamente toda mulher experimenta durante a gravidez. No entanto, se você se sentir triste ou preocupada em excesso por tempo prolongado, e não apenas de vez em quando, você pode estar sofrendo de depressão pré-natal. Aqui estão alguns sintomas de depressão pré-natal (tirados do BabyCenter.com)
Ao ler esta lista, percebia que tinha estes sintomas regularmente. Enquanto eu estava grávida, eu realmente não enfrentei o fato de que estava, de fato, deprimida. Eu sentia como se fosse permanecer triste, exausta e ansiosa para sempre. Lembro-me de dizer a Forrest que Jack não ia gostar de mim porque ele teria uma mãe terrível e incapaz de cuidar dele. Olhando para trás, eu sei que eu estava muito deprimida, mas era difícil de aceitar durante a minha gravidez. Eu realmente nunca pensei que alguém notasse, mas Forrest e minha mãe sempre me diziam que me tornei uma pessoa completamente diferente do que eu era antes da gravidez, ou da que sou agora. É difícil reconhecer isso em si mesmo!
Eu não sou terapeuta ou médica, obviamente, mas se você estiver experimentando sintomas de depressão durante a gravidez (ou se você suspeitar de alguém que você ama está), a coisa mais importante que você pode fazer é pedir ajuda. Eu realmente não fiz isso, e me arrependo. Sofri em silêncio, quando eu não precisava. Nós fomos para a casa de meus pais para o natal e foi a primeira vez que eu realmente abri para alguém além de Forrest sobre como eu estava me sentindo, e isso ajudou. Lembro-me de estar sentada na sala de estar do meu pai, apenas chorando incontrolavelmente com a minha mãe e alguns dos meus irmãos. Eu acho que foi, honestamente, a primeira vez que eu chorei desde aquela primeira vez no escritório do meu médico, e depois disso, eu me senti melhor. Não 100% (o que só veio a acontecer duas semanas depois que Jack nasceu), mas melhor. E depois disso, as pessoas sabiam que eu estava sofrendo, e elas me ajudaram.
Então, se você está sofrendo de depressão, aqui estão algumas coisas que você pode fazer:
Quero que você saiba que não está sozinha. E que sentir tanto desespero é difícil, e muitas vezes parece sem esperança, mas tudo é superável. Não seja como eu – eu gostaria de ter pedido ajuda, e conversado mais sobre como eu estava me sentindo. Não é algo que você tem que passar sozinha. Mesmo que você sinta que não tem ninguém, eu realmente acredito que nunca estamos sozinhos, mesmo em nossos momentos mais sombrios.
Fonte indicada: Família
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