A jornalista e âncora Mari Palma se emocionou ao falar sobre como o novo coronavírus transformou a convivência com seu pai, durante o terceiro episódio do programa O Mundo Pós-Pandemia, exibido neste sábado (2) na CNN. Ao lado de Daniela Lima, Thais Herédia e Gabriela Prioli, ela entrevistou o filósofo Mario Sergio Cortella.
“O senhor falou da sua família, esse é um assunto que me toca muito. Meu pai é deficiente visual, ele não me vê, então o toque faz muita falta para ele”, disse. “Meu pai faz 70 anos esse ano e eu tenho sobrinhos que estão crescendo. Parece que a gente está perdendo tempo, apesar de eu ser próxima deles. Parece que eu não estou vendo eles crescendo”, prosseguiu.
“Estou perdendo uma fala nova, uma palavra nova, uma manchinha nova que aparece na mão do meu pai. E a minha dúvida é, a gente vai conseguir superar esse tempo que a gente tá perdendo?”
Foi aí que Cortella usou sua sabedoria para destinar à âncora as plavras certas para lhe oferecer conforto em dias tão difíceis. “Pode se emocionar à vontade. Uma das coisas que tira a minha fé é a capacidade de sentir emoção. Não dá pra nós imaginarmos que, porque a vida é finita, temos que conviver com todo mundo o tempo todo”, disse.
E o filósofo complementou: “quando você lembra do teu pai, obviamente a convivência com ele agora fica restrita, mas isso não significa que se deva imaginar que esse tempo está sendo perdido. Ele está sendo usado de outro modo”, explica.
Cortella ainda lembrou que o isolamento agora é constrangedor, porque é obrigatório, mas há momentos em que a gente faz essa escolha. “O toque está temporariamente suspenso. Mas quando voltar, se você ficar tocando ele o tempo todo, grudando, agarrando, é capaz que ele peça para você largar dele.”.
***
Destaques Psicologias do Brasil, com informações de CNN e Hypeness.
Imagem de capa: Reprodução/CNN Brasil