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Medos na infância: os monstros que vivem embaixo da cama.

O medo é uma emoção saudável e essencial para nossa sobrevivência, mas os pais precisam estar atentos para forma que estão ensinando os filhos a lidarem e enfrentarem seus medos e se estão os ensinando a serem capazes de dominar temores ou situações desconhecidas.

Um medo bem comum na infância é o de monstros. Enquanto nós, adultos, sabemos diferenciar imaginário e fato concreto, a criança (dependendo da idade) ainda não sabe. Ela acredita que o zumbi do desenho pode aparecer a noite, ou que outras coisas imaginárias e assustadoras fazem parte do real. Por isso, é bem importante os pais acompanharem os programas de televisão, desenhos, filmes que a criança tem acesso, pois se aquele conteúdo não for adequado para sua idade, é bem provável que ela não saberá diferenciar realidade e fantasia e consequentemente ficará com medo.

No caso da criança que tem medo de monstros, os pais podem, por exemplo, ressignificar o monstro através de um desenho, criar uma nova história para este “ser” assustador, ou inseri-lo num contexto infantil a fim de tornar a situação mais fácil para a criança administrar. Desta forma ela ganha mais segurança, além de aprender a ampliar sua visão sobre os fatos e a levantar alternativas para situações difíceis. O ideal é que medo não seja ignorado, falar sobre o assunto dá segurança e estimula o enfrentamento.

A medida que a criança vai se percebendo como um Eu separado do Outro o medo de pessoas estranhas também pode aparecer, principalmente nos primeiros anos de vida. O Outro faz parte do desconhecido e diante de situações desconhecidas a criança pode sentir um pouco de medo e querer evitar contato. Pode sentir-se sozinha e com medo de fazer as coisas e sentir-se ameaçada diante de várias situações, como ficar sozinha num cômodo da casa, ir ao banheiro, tomar banho, dormir sozinha, medo de chuva, ficar no escuro, medo de ir à escola, ou seja, o medo pode surgir muito cedo, porque ele está associado a situações que nos causam algum tipo de ameaça, mesmo que ela não seja real.

Há situações em que as crianças parecem ter medo de tudo. Se este for o caso, os pais precisam ficar de olho o quanto estão sinalizando para o filho que o mundo é extremamente perigoso. Pais superprotetores, exageradamente cuidadosos não conseguem desenvolver autonomia na criança para que ela se arrisque, ao contrário acabam por vezes ensinando que tudo é muito mal e ameaçador.

Angelica Neris

Olá, sou psicóloga e professora de língua espanhola. Trabalho como psicoterapeuta de casais, famílias, indivíduos e grupos, além da psicoterapia atuo em projetos de saúde laboral, psicologia do esporte e do exercício e orientação profissional.

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