Melhor lidar com pessoas ácidas e honestas do que com pessoas doces e hipócritas

Existem vários tipos de pessoas com quem conviveremos, ao longo de nossas vidas, no trabalho, nas redes sociais, na vida por aí. Pessoas com personalidades diferentes umas das outras, cada uma delas peculiar e única em suas características próprias. Termos o cuidado de manter por perto quem é sincero será um dos maiores favores que faremos a nós mesmos.

Não é fácil, infelizmente, saber em quem podemos confiar, desde o início, uma vez que máscaras costumam ser usadas durante os relacionamentos, de acordo com os interesses de cada um, de acordo com o quanto a pessoa pensa em si mesma e no outro. Pode demorar para conhecermos realmente a índole de alguém, pode levar muito tempo, porém, nunca será tarde demais para que consigamos nos proteger.

Muitos de nós costumamos confundir leveza com sinceridade e acidez com falsidade, erroneamente. Nem sempre as boas intenções se revestem de um verniz doce e calmo. Nem sempre a falsidade se atrela a um comportamento mais áspero e firme. Na verdade, a gente não conhece de fato as pessoas, mas apenas parte delas que nos são permitidas, de acordo com o que elas querem. E nem sempre o que elas querem nos faz bem.

As decepções serão invitáveis, onde e com quem estivermos. Perdoar será preciso, mas até o limite máximo de nossa dignidade. Teremos que tentar entender o outro, compreendendo que ele tem as próprias histórias, as próprias escuridões, uma luta interna que desconhecemos. Mesmo assim, o sofrimento alheio não poderá morar em nós demoradamente, a ponto de nos fazer mal. Tentar ajudar é necessário, porém, sem tomar como nossas as tempestades que o outro criou.

Por isso é que, muitas vezes, mesmo que não sejam simpáticas demais, será bem melhor lidar com pessoas transparentes, porque então saberemos que terreno pisamos. Ruim é pisar ovos, andar em areia movediça, enquanto não se percebe a crueldade por trás da doçura no tom de voz de certas pessoas. O que nos protegerá, afinal, será a honestidade, tanto a nossa quanto a do outro. Sempre.

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Texto publicado originalmente em Prof Marcel Camargo






"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".