Uma menina de 11 anos foi resgatada pelo Conselho Tutelar de São José do Rio Preto, cidade do interior de São Paulo, depois de distribuir cartas pedindo socorro aos vizinhos. A Polícia Militar informou que a criança relatou ser vítima constante de agressões por parte de seus pais, e agora o caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
De acordo com o Conselho Tutelar de São José do Rio Preto, o incidente ocorreu na noite de quinta-feira (11), quando a criança espalhou cartas descrevendo os maus-tratos que sofria em sua casa. Os vizinhos a acolheram e acionaram a Polícia Militar, que compareceu ao local, mas não encontrou os pais da menina em casa. Devido à ausência dos responsáveis, o Conselho Tutelar foi contatado e providenciou o abrigo para a criança.
Na sexta-feira (12), os pais foram localizados e tiveram uma conversa com o conselho. Eles são recentes na cidade de São José do Rio Preto, e não há informações substanciais sobre a história da família. As investigações continuam em andamento e o abrigo para a criança permanecerá até que mais informações sejam obtidas para avaliar se é viável ou não o retorno à família. Segundo o Conselho Tutelar, a menina não apresenta sinais físicos de violência ou marcas de agressão.
O juiz da Vara da Infância e Juventude, Evandro Pelarin, afirmou que a criança foi levada emergencialmente para o abrigo Rede Teia. Ele acrescentou que foram determinados estudos técnicos de psicologia e assistência social, conforme estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Na segunda-feira (15), uma equipe técnica realizará esses estudos para examinar as circunstâncias do caso.
Pelarin informou que a mãe já prestou depoimento ao Conselho Tutelar, mas ainda não à Vara da Infância e Juventude. Na ocasião, ela negou as acusações. Como não havia indícios de maus-tratos em relação ao irmão da menina, ele não foi retirado da mãe.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo confirmou que a Polícia Militar foi chamada às 18h47 do dia 11 de maio para atender a um chamado no bairro Vila Toninho, feito por duas mulheres. No local, as solicitantes estavam com a menina e informaram que ela alegou sofrer maus-tratos diários pelos pais, tendo inclusive escrito os bilhetes.
Foram realizadas buscas no mesmo dia, mas os responsáveis pela criança não foram localizados. A menina foi então encaminhada à Central de Flagrantes e o Conselho Tutelar foi acionado para providenciar o encaminhamento para um abrigo.
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