Ciência também é coisa de menina! E a melhor prova disso é o resultado da mais recente edição do Pisa, prova trienal que avalia estudantes de 15 anos. As meninas brasileiras ficaram numericamente à frente dos colegas em ciências pela primeira vez desde 2006, quando a área começou a ser avaliada.
Em 2006, as meninas marcaram 386 pontos no exame, nove a menos que os meninos (395). Desde então, ficaram sempre atrás — até a prova de 2018, divulgada no fim do ano passado, mostrar que elas passaram à frente, com 404 contra 403.
Ao longo da trajetória escolar, muitas meninas vivenciam uma palavra ou episódio de desestímulo, especialmente na área tecnológica.
Quem sabe bem disso é Débora Garófalo, professora premiada por um projeto em uma escola municipal na entrada da favela Alba, na zona sul de São Paulo, que envolve o desenvolvimento de robótica a partir da sucata.
Débora relata que, quando começou com a iniciativa, os meninos da classe segregavam as colegas. “Eles perguntavam: ‘Como uma menina vai mexer com furadeira e solda?’”
“Eu falava: ‘se vão excluir elas, vocês têm que me excluir também’.”, completa a professora.
A professora ainda lembra que, a contragosto, eles aceitaram, mas ficavam em grupos separados. Foi depois de um ano de trabalho, à medida que apareceram os protótipos construídos por elas, com um grau muito maior de atenção aos detalhes, que começou a ter integração
“É preciso desconstruir a ideia de que a superinteligência, associada às ciências exatas, é uma característica essencialmente masculina.” , opina Márcia Barbosa, professora do Instituto de Física da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e autora de estudo sobre a desigualdade de gênero nas ciências.
De acordo com um estudo publicado em 2017 pela revista Science, aos seis anos de idade, meninas já se mostram menos propensas a associar o seu gênero à inteligência.
Mudar essa cultura pode levar tempo, mas não dá para esperar, diz a socióloga Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).
Ela cita a necessidade de políticas públicas como prêmios e destinação de bolsas específicas para as mulheres, como algumas que já existem.
O ambiente familiar também é importante. “Se você fala para a criança ‘deixa de ser curiosa’, ela dificilmente vai se interessar por ciência. Mas, se você estimular a curiosidade, vai fazer com que as pessoas procurem as ciências, não só biológicas e exatas mas também as humanas.”
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Folha de São Paulo.
Foto destacada: Reprodução – Eduardo Knapp/Folhapress
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