Por Nando Pereira
Dois psicólogos da Universidade de Harvard, Matthew A. Killingsworth e Daniel T. Gilbert, concluíram que a distração mental é o melhor medidor de infelicidade em nós humanos — depois de fazer uma pesquisa com 5.000 pessoas usando um aplicativo de iPhone que mede a quantidade de vezes que uma pessoa encontra-se distraída durante o dia. “Esse estudo mostra que nossas vidas mentais são permeadas, em um nível impressionante, pelo não-presente”, diz Killingsworth, um dos psicólogos autores do estudo. Um resumo da pesquisa pode ser lido no site da Universidade de Harvard, aqui (pdf, em inglês).
Alguém poderia imaginar que a maior parte dessas pessoas que estavam distraídas assim estavam porque suas tarefas eram desinteressantes. Mas a pesquisa nega claramente essa possibilidade com dois resultados curiosos: 1) “a natureza das atividades que as pessoas estavam fazendo tinha pouco impacto na motivação para suas mentes divagarem”; e 2) “a natureza das atividades das pessoas tinham quase nenhum impacto no prazer dos assuntos pelos quais as mentes dessas pessoas se sentiam atraídas para divagar”.
Ou seja, em termos grosseiro, poderíamos dizer que qualquer que seja a atividade que você está realizando, se sua mente se distrai e vai para outro lugar, as chances de você estar mais infeliz nessa divagação são maiores – independente se sua mente está pensando em algo melhor (“uma pessoa bonita”) ou pior (“pagar as contas”) do que você está fazendo. Mas é claro que preferimos pensar em algo mais prazeroso: “Apesar das mentes terem mais probabilidade de divagar para assuntos prazerosos (42.5% das amostras) do que para os assuntos não-prazerosos (26.5%) ou neutros (31%), as pessoas não estavam mais felizes pensando nos assuntos mais prazerosos do que em suas atividades atuais“, diz a pesquisa.
Essa pesquisa é uma espécie de ‘ponta do iceberg’ de constatações que tradições como o Yoga e o Budismo se baseiam desde a criação de seus principais cânones, datados de vários séculos (em alguns casos, milênios). Num nível mais profundo, o problema da divagação mental lembra os Yoga Sutras do sábio Patanjali Maharishi, que possuem no aforismo “Yoga chitta vritti nirodha“, cuja tradução mais comum é a “restrição das flutuações da mente”, uma de suas máximas mais importantes.
É possível participar da pesquisa instalando e usando o aplicativo de Iphone, a partir do site trackyourhappiness.org.
TEXTO ORIGINAL DE DHARMLOG
Esta série que acumula mais de 30 indicações em premiações como Emmy e Globo de…
Vencedor do Grande Prêmio na Semana da Crítica do Festival de Cannes 2024 e um…
É impossível resistir aos encantos dessa série quentíssima que não pára de atrair novos espectadores…
A influenciadora digital Beandri Booysen, conhecida por sua coragem e dedicação à conscientização sobre a…
"Ela ficou apavorada e disse que a dor de ser acusada injustamente é algo inimaginável",…
Será que você é capaz de montar o complexo quebra-cabeça psicológico deste filme?