Por Karin Hueck
Estou com um problema que vem me angustiando faz muito tempo. Sou filha única, tenho 25 anos e namoro há quase 2 anos. Meus pais sempre foram muito conservadores e superprotetores, de modo que demorei muito para conquistar independência pessoal, e conseguir coisas simples como sair sem ter um horário pré-definido para voltar, chegar um pouco mais tarde em casa de eventos etc… Mesmo assim, percebo que meu pai ainda quer ter todo controle da minha vida (tanto que não me deixa viajar sozinha, por exemplo) e há alguns dias, constrangeu a mim e ao meu namorado dizendo que saímos muito e que deveríamos ficar mais na minha casa, saindo só de vez em quando “porque ele acha mais decente” e “para evitar aborrecimentos”.
Como você pode imaginar, quis cavar um buraco no chão. Foi péssimo, e minha mãe foi também a favor do meu pai. Estou numa situação muito difícil, pois já tenho 25 anos, e me sinto como se tivesse 15. Não queria criar caso, por causa disso, mas não sei sinceramente o que fazer, pois trabalho, sou formada, e ainda não enxergam que sou adulta e responsável pela minha vida.
Por favor, crie caso. Você é uma mulher adulta, com responsabilidades, ajuizada, que atende às expectativas que qualquer pai pode exigir: estudou, trabalhou, respeita as regras arbitrárias que ele inventa. Infelizmente, o seu pai não vai mudar – quem tem de mudar é você. Literalmente. Penso que a melhor coisa que você pode fazer é sair de casa. De longe, eles não terão controle sobre o que você faz. Procure um quarto que você consiga pagar sozinha (o importante é conseguir se sustentar sozinha), pode ser pequeno ou compartilhado, e avise seus pais dos seus planos. Vai ser ruim, eles vão desaprovar, vocês provavelmente vão brigar – mas vai passar. Diga a eles o que você me disse: você é adulta. Seja firme. Lembre-se: qualquer coisa que você fizer é “decente”.
Estou numa situação bem difícil e delicada. Tenho um relacionamento de 6 anos com uma pessoa mais nova. No começo, achava que ele era meu príncipe encantado carinhoso, atencioso e sempre preocupado comigo. Ele trabalhava em outra cidade, e nos víamos de dois em dois meses. Aí fiquei grávida e ele foi trabalhar na Europa durante toda a minha gravidez, embora sempre mativesse o contato. Mas quando ele voltou de vez veio totalmente diferente, quase nem me olha na cara. Nosso filho fez um aninho e nada mudou. Quando ele vem para casa, só quer dormir, sexo nem pensar. Ele fica três meses fora e quando volta para casa, nem brinca com o filho. É uma situação que não está mais dando pra mim. Tentei conversar várias vezes, mas ele fica me chamando de louca e fala para eu não começar. Eu sei o que devo fazer, mas queria conversar primeiro e ele não aceita. Me dê um conselho, por favor!
Acho que você já sabe o que fazer. Você precisa terminar com ele. Além disso, precisa garantir, por lei, que ele vá participar da vida do seu filho – pagando pensão e visitando regularmente. Se ele não quiser conversar com você, tudo bem: apenas comunique-o de que o relacionamento chegou ao fiim. Infelizmente, você já está tendo uma vida de solteira: ele nunca está com você e, quando vem visitar, parece estar em outro planeta. É hora de seguir com a vida. Tenho certeza de que você vai ficar muito melhor sem esse estranho que de vez em quando aparece para atrasar os seus dias.
Imagem de capa: Shutterstock/Sasa Prudkov
TEXTO ORIGINAL DE REVISTA SUPERINTERESSANTE
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