Uma mãe viveu uma das situações mais tristes que se pode imaginar, ela presenciou uma cena em que sua filha, a pequena Ana Clara, de 7 anos, foi vítima de discriminação. Segundo a mãe, um motorista do uber se recusou a realizar a corrida depois de ver que ela estava acompanhada pela menina, que tem Síndrome de Down. O caso aconteceu nesta segunda-feira, dia 10, na cidade de São Paulo.
Em seu perfil em uma rede social, a produtora de eventos Luana Watanabe, de 33 anos, relatou que solicitou um veículo para levar a filha até a escola, no Cambuci, região central da capital.
“Eis que o motorista chega, eu ando em direção ao carro, ele olha para Ana Clara e diz: ‘desculpa, mas não vou levar essa criança’, isso com o carro já descendo a rua e simplesmente foi embora”, escreveu.
Luana ainda relatou para seus seguidores o constrangimento que sentiu, a raiva, a tristeza e o medo de “serem rejeitados de novo”.
E a mãe não se calou diante da discriminação sofrida pela sua filha. Sua primeira atitude foi reclamar com a Uber, que lamentou o episódio, e informou que existe um código de conduta para os motoristas parceiros, que determina um tratamento cordial e respeitoso.
Logo depois, ela resolveu registrar um boletim de ocorrência, mas afirmou que também foi tratada de maneira hostil na delegacia.
A delegada, segundo ela, disse que “não é um caso criminal, não tem o que fazer e não vai registrar boletim de ocorrência. Se eu quiser tenho que entrar com advogado”, contou Luana. E então acabou desistindo do BO pela falta de provas.
Ao G1, Luana contou que já enfrentou situações similares com motoristas de aplicativo, mas que, dessa vez, a diferença foi que o homem verbalizou o preconceito.
“Se ele dissesse que não levaria pela falta de cadeirinha, eu entenderia, mas a forma como olhou, falou e saiu andando não é conduta de uma pessoa. Foi preconceituoso”, disse a produtora de eventos.
“Já aconteceu de um motorista olhar e se recusar a nos levar, mas o diferencial foi que ele olhou e falou ‘não vou levar essa criança’. Não dá para aceitar”, continuou.
Para a Uber, Luana sugeriu que fosse implementada uma seção “Uber Kids”, para que não houvesse mais problemas. Em nota, a Uber lamentou a situação e disse que desativou o perfil do motorista no aplicativo:
“Levamos esse tipo de denúncia muito a sério e temos uma política de tolerância zero a qualquer forma de discriminação em viagens pelo aplicativo. Entramos em contato com a usuária e desativamos o motorista do aplicativo assim que recebemos a denúncia. A Uber defende o respeito à diversidade e reafirma o seu compromisso de promover o respeito, igualdade e inclusão para todas as pessoas que utilizam o nosso app.”
Diante da falta de provas do ocorrido, Luana não dar continuidade à denúncia, mas ela espera que a sua história sirva para que as pessoas tenham mais empatia umas com as outras.
“Não vou procurar advogados, nem a Justiça porque tenho minha filha para cuidar e não tenho provas. Gostaria que essa história ajudasse em uma mudança de comportamento das pessoas, que se informassem mais, compreendessem mais. Gostaria que tivessem mais respeito e empatia. Não precisa largar uma pessoa na rua assim, ao Deus dará”, concluiu.
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Imagem destacada: Reprodução/Arquivo Pessoal
Destaques Psicologias do Brasil. Com informações de: G1
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