De fato a adolescência é uma fase marcante. É o momento de busca da identidade adulta, da personalidade, mas não deixa de ser sofrida. O mundo conhecido durante a primeira década de vida começa a desabar: seu corpo não é mais o mesmo e não há meios de modificar isso. Seus pais também não são mais os mesmos, aqueles heróis da infância se mostram como seres… normais! E a sociedade? Não acham mais bonitinho quando você derruba comida no chão ou um barulhinho escapa da sua boca na mesa de jantar!
Para lidar com todas estas novidades o adolescente passa a manifestar alguns comportamentos que muitas vezes incomodam aqueles à sua volta. Tende a ficar mais isolado em casa, dar mais valor aos amigos do que aos próprios pais e apresentar modificações de seu comportamento, seja em relação às roupas, às comidas, ao grupo de amigos ou aos resultados escolares. Tudo isso faz parte da busca de si mesmo.
O adolescente é um indivíduo em formação e em constante transformação. Ninguém sabe onde vai chegar, muito menos ele mesmo, e isso é assustador. São tantos sonhos, tantos medos e tão pouca experiência de vida! E daí aparece uma das principais características dessa fase: a experimentação.
Para descobrir sua individualidade e sua personalidade o jovem precisa experimentar. E errar. Saber o que não quer para si é um bom começo e descobrir o que quer é o grande objetivo. Mas para isso é preciso vivenciar as mais diversas situações, experimentar novos comportamentos, novos relacionamentos, novo estilo de ser. E daí aparece a variação de humor.
As alterações de humor da adolescência são resultado do seu dia a dia. Não, não é culpa dos hormônios, nem da noite mal dormida. Muito menos da fome provocada por um almoço de má qualidade. É claro que isso pode interferir, mas a causa principal é a experiência deste mundo novo.
Diariamente o adolescente vivencia situações de conquista e de frustração e lidar com elas leva a uma oscilação de humor que, quando apresentadas em outra faixa etária, são consideradas patológicas. Mas para ele é construtivo. Imaginem um indivíduo na seguinte situação: adolescente de 15 anos vai fazer um teste para entrar no time de futebol do clube e consegue.
Quem não se lembra de situações como esta? Todos passam por isso para aprendermos a viver no mundo dos adultos. Existem regras não escritas de comportamento e de respeito ao outro e a nós mesmos que só são aprendidas com a experiência. Se os pais, familiares e professores tiverem conhecimento destas características do adolescente, a intensidade das crises tende a ser menores e o apoio para a formação de um adulto saudável será maior.
Uma das belezas do ser humano é a diversidade. Nenhum ser humano é igual ao outro, em nenhuma fase da vida e ninguém sabe como será seu próprio filho. Com o conhecimento das características desta faixa etária e sem abrir mão de seus princípios, pais podem dividir com seus filhos anos de felicidade e orgulho. Ainda que na adolescência.
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