Mulher assediada pelo vizinho põe faixa na varanda para pedir ajuda: “Vai acontecer uma tragédia”
Denize Kaluf

A coordenadora de eventos Denize Kaluf, de 59 anos, tem sido vítima de assédio por parte de um vizinho há dois anos. Mesmo após buscar ajuda da polícia e da administradora do prédio, Denize continua sendo alvo de insultos e ofensas vindas de um homem que reside em frente a ela, na zona sul de São Paulo. O agressor a persegue constantemente, observando suas atividades dentro de casa e proferindo palavras ofensivas contra ela.

“Ele me persegue 24 horas por dia. Tudo o que eu faço no meu apartamento, o que ele enxerga, o programa que estou assistindo. Me xinga, manda desligar a TV, sair do telefone, fechar a porta, diz que sou um lixo, canta músicas me chamando de fofoqueira”, diz. “Cheguei ao ponto de me ver agachando em casa, com a luz desligada, pra ele não me ver. Nesse dia, sentei na cozinha e chorei”.

Após relatar o problema à administradora do prédio, Denize recebeu como resposta que nada poderia ser feito. Em um momento de exaltação, ela chegou a responder às ofensas do homem. Temendo que a situação piorasse, ela decidiu criar uma faixa para intimidar o assediador. “Precisava fazer algo, porque pensei: ‘vai acontecer uma tragédia'”, afirma.

Denize havia registrado um boletim de ocorrência na polícia em 2022, mas perdeu o prazo para representação, que é quando a pessoa que denuncia retorna à delegacia para confirmar a denúncia e autorizar o início da investigação.

No entanto, no último dia 12 de junho, ao colocar a faixa, ela decidiu voltar à polícia para registrar sua denúncia. Desde então, segundo Denize, o vizinho parou de proferir ofensas.

No programa “Sem Filtro” do canal Universa, a jornalista Cris Guterres ressaltou que o condomínio onde o agressor reside precisa agir, pois a vida de uma mulher está em perigo. “Isso começa com xingamentos e pode até levar à agressão física”, alerta.

Segundo a jornalista Cris Fibe, é importante que vizinhos e síndicos denunciem para ajudar mulheres vítimas de violência. Ela lembra que é possível fazer isso anonimamente, ligando para o número 180.

“Esse tipo de homem é covarde. Esses caras fazem ataques direcionados, mas quando sentem a sensação de que podem ser punidos, arregam, geralmente. São homens covardes. Denunciar é muito importante”, reiterou Fibe.

Denize relata que, após colocar a faixa na sacada, uma mulher do prédio do homem que ela denuncia a procurou para dizer que também foi vítima de assédio por parte dele. Essa vizinha chegou a registrar um boletim de ocorrência, que Denize confirma ter visto ao chegar na delegacia, mas a investigação desse caso não foi concluída.

“É importante não fazer vista grossa”, diz Fibe em relação à violência contra as mulheres.

No programa, Fibe conta que já bateu na porta de uma vizinha para impedir que ela continuasse sofrendo violência dentro de casa. “Quando fui dar meu depoimento, a policial disse que é raro ver vizinhos dispostos a ser testemunha. É importante não fazer vista grossa e não deixar uma pessoa apanhando”, falou ela. “Entendo que a minha presença foi importante para interromper aquele ciclo [de violência].”.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações do Pragmatismo Político.






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