Ana Paula Rodrigues, uma dona de casa de 47 anos que mora na cidade de Sobral, no interior do Ceará, resolveu improvisar uma prótese para sua perna amputada usando um copo de liquidificador e um cano de PVC. Sua história foi destaque no Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares.
Diagnosticada com câncer e diabetes há cinco anos, Ana Paula teve que abandonar seu trabalho como faxineira e ambulante devido à saúde fragilizada, o que a levou a enfrentar dificuldades financeiras para sustentar a si mesma e seus dois filhos.
A situação tornou-se ainda mais desafiadora quando uma ferida em seu pé se agravou, exigindo a amputação de parte de sua perna esquerda, abaixo do joelho. Visando melhorar sua qualidade de vida e conseguir se locomover pela casa sem dificuldades, ela solicitou uma prótese à Prefeitura de Sobral, mas infelizmente, após mais de um ano, ainda não foi contemplada com o equipamento.
Diante dessa espera prolongada, Ana Paula e seus filhos tiveram uma ideia inspirada por um vídeo do YouTube: criar uma prótese artesanal usando um copo de liquidificador e um cano de PVC. Com a ajuda de um andador, ela conseguiu se movimentar pela casa utilizando a prótese improvisada.
Apesar da alegria de poder se levantar novamente, Ana Paula reconhece que a prótese improvisada não supre todas as suas necessidades. Ela foi alertada por um profissional de saúde sobre os riscos associados a esse tipo de solução, especialmente devido ao seu quadro de diabetes. A prótese improvisada pode causar pontos de pressão em regiões sensíveis do coto de amputação, levando a feridas, úlceras e até mesmo infecções graves.
Enquanto aguarda a prótese definitiva da Prefeitura, Ana Paula continua fazendo fisioterapia no Centro de Saúde da Família, contando também com auxílio financeiro. A Prefeitura informou que a paciente está na fila de espera, mas não especificou quanto tempo será necessário para a liberação e medição da prótese adequada.
O médico ortopedista Eduardo Vasconcelos alertou sobre os riscos envolvidos no uso da prótese improvisada a longo prazo, enfatizando que ela pode comprometer ainda mais a saúde da paciente e prejudicar a adaptação à prótese definitiva, que é feita sob medida para o coto de amputação.
A história de Ana Paula Rodrigues destaca a necessidade de atenção e suporte adequados para pessoas que enfrentam dificuldades de mobilidade, especialmente em casos de amputação, garantindo que a assistência médica e os recursos sejam fornecidos de forma oportuna e segura.
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