Uma reunião de trabalho se transformou em um momento de grande preocupação para Lucy Woodhouse, 43 anos, residente de Hereford, Inglaterra. Enfermeira e mãe de três filhos, Lucy notou que não conseguia compreender o que seus colegas diziam. “Geralmente sou muito informada, mas eles poderiam muito bem estar falando chinês. Achei que eles estivessem falando uma língua diferente”, lembra a enfermeira. Além disso, ela enfrentava dores de cabeça intensas que comparava a ressacas.
Exames subsequentes revelaram um meningioma, um tipo comum de tumor cerebral não cancerígeno, do tamanho de uma bola de golfe. Lucy acredita que o tumor possa estar relacionado aos tratamentos hormonais que realizou ao longo dos anos, incluindo injeções anticoncepcionais, fertilização in vitro e terapia de reposição hormonal (TRH) para sintomas da menopausa.
Estudos indicam uma ligação entre TRH e o desenvolvimento de meningiomas, especialmente em mulheres. Em 2013, cientistas do Centro Dinamarquês de Pesquisa do Câncer descobriram uma correlação entre tratamento hormonal pós-menopausa e meningiomas. Além disso, um estudo recente publicado no British Medical Journal encontrou uma associação entre o uso prolongado de certos medicamentos de progesterona e um risco maior de meningioma.
Lucy começou a notar os primeiros sintomas em dezembro de 2023 e, após uma dor de cabeça particularmente forte durante uma visita a Londres, decidiu procurar ajuda médica em fevereiro deste ano. Uma tomografia computadorizada revelou a presença do tumor, que foi confirmado por uma ressonância magnética. Inicialmente, os médicos sugeriram uma abordagem de “observar e esperar”, mas Lucy buscou uma segunda opinião com um neurocirurgião particular em Londres, que decidiu pela cirurgia imediata.
Em maio, Lucy passou por uma cirurgia bem-sucedida para remover o tumor, que estava crescendo a apenas três milímetros de seu nervo óptico e poderia tê-la deixado cega. Embora ainda enfrente problemas de memória e conviva com uma cicatriz, ela está se recuperando bem.
Lucy alerta outras mulheres a ficarem atentas aos sintomas e buscarem exames médicos, especialmente se tiverem histórico de tratamentos hormonais. “Se você está tendo dores de cabeça que normalmente não tem, precisa dar uma olhada”, aconselha. Ela também enfatiza a importância de consultas regulares com oftalmologistas, que podem detectar sinais de problemas cerebrais.