Por Alexandre Salvador

Algumas pessoas me questionam sobre as técnicas e sobre as práticas psicoterápicas e eu me pergunto se é possível explicar algo que deveria ser sentido. Ou seja, a questão não é explicar uma técnica ou vivência. A questão é que aquilo que se explica nunca poderá ser experienciado ou experimentado por aquele que apenas ouve a explicação. Para uma maior compreensão é necessário fazer parte do processo, é necessário estar em contato, é necessária a entrega, o envolvimento.

E é dessa maneira que a terapia deve ser conduzida, sentindo o cliente, se envolvendo na relação, sentindo e percebendo o campo que se forma, dando espaço para a formação do vínculo terapêutico… percebendo a troca, a comunicação entre inconscientes e a possibilidade de desenvolvimento que é proporcionada ao cliente.

Numa dessas observações da alma (psique) percebi que o cliente poderia ser tocado de uma maneira mais sutil, embora não menos profunda…

Tendo em vista que um dos objetivos da terapia é atingir também a compreensão do não dito, me parece correto utilizar alguns minutos para que as emoções se manifestem através da arte/música.

Com esse pensamento e com a experiência de quem já viveu o processo na prática, percebi a importância da música no processo terapêutico. Percebi o quanto a música e a arte em geral, pode ser profunda, verdadeira e visceral. Trazendo para a visão Reichiana, poderíamos dizer que a música proporciona um maior contato com as correntes orgonóticas, ou correntes de energia no corpo. A música seria então, neste caso, energeticamente terapêutica, tendo em vista que ela mesma é uma energia que vibra através de ondas.

Tenho uma amiga que diz que sente seu corpo vibrar com a música, sente calor, energia, muita emoção. Parece que algo quer sair de dentro dela, tamanho é o contato energético proporcionado pela música. Nesse caso, a música possibilita uma expansão do organismo em busca de sua potência orgástica. Essa expansão possibilita a satisfação do corpo/mente. Seria o início do contato com o prazer e a possibilidade de aceitação desse prazer. Ao contrário, ao experimentar uma sensação desagradável, ocorre a contração do organismo, o desprazer que leva à angústia.

Utilizei aqui alguns termos que serão melhor explicados em outros textos. O que vale ressaltar em relação a música e as artes em geral é que a arte nos permite acessar memórias, emoções, sentimentos esquecidos como amor, raiva, mágoa, prazer, saudade etc. Na sessão terapêutica, a música também pode criar uma ponte para que o inconsciente possa se expressar.

Tudo aquilo que utilizo com o (a) cliente, pude vivenciar e experimentar em mim mesmo, com a ajuda de supervisores e psicoterapeutas que me mostraram os ganhos de se trabalhar as emoções de formas tão variadas. Quando falo da possibilidade de contato, não falo somente sobre algo que a teoria Reichiana diz. Falo também sobre uma realidade que foi vivida por mim e que pude observar nos clientes. Algo que possibilitou um maior autoconhecimento, uma maior possibilidade de contato com uma vida saudável e prazerosa.

A especialista nos assuntos que envolvem a musicoterapia, Meca Vargas, diz que no viés terapêutico, a música ajuda em casos de reumatismo, Parkinson, fibromialgia, esclerose múltipla, disfunções vocais e de fala, ansiedade, depressão, insônia, pânico, problemas respiratórios, entre outras disfunções, pois o efeito no organismo se dá pela vibração do som, que “desbloqueia o sistema nervoso, ativa o sistema glandular, leva ritmo ao sistema cardiopulmonar, libera tensões musculares e coloca em movimento o sistema metabólico-locomotor”.

Vale ressaltar que não sou musicoterapeuta. Sou psicólogo e psicoterapeuta corporal, e reconheço os benefícios que a música traz ao cliente, reconheço a possibilidade do desbloqueio emocional que a música proporciona. Sou a favor de técnicas que possam mobilizar os clientes de uma maneira sutil e equilibrada, afinal…

… música é arte, energia, sintonia, harmonia, movimento, vibração, contato. Quando a racionalização exacerbada insistir em dominar a mente, entregue-se à música, sinta sua onda vibratória, faça vibrar o corpo e viva.

Deixo para vocês um vídeo que sempre me emociona muito e mostra um pouco da possibilidade terapêutica através da música.

Pelo sonho de ser cantor, um vendedor de celulares vence o medo, a inibição de se expressar e se aventura diante de milhões de expectadores. Ele se entrega à emoção e deixa a energia fluir pelo seu corpo. Vale a pena assistir.

Abraços,

Alexandre Salvador

Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta Corporal

CRP 05/46554 – RJ

www.alexandremsalvador.com

Alexandre Salvador

Psicólogo clínico e Psicoterapeuta Corporal Autor / Colaborador no site Psiconlinews Autor / Colaborador no site Psicologiasdobrasil Graduação: - Gestão de Recursos Humanos - Psicologia Pós-graduação: - Psicoterapia Corporal Reichiana - Psicoterapia Corporal com Crianças e Adolescentes.

Recent Posts

Após divórcio, médico exige que esposa devolva o rim que ele doou a ela

Richard Batista quer que a ex-esposa lhe dê o rim de volta ou lhe pague…

18 horas ago

O que significa quando uma pessoa pisca muito enquanto conversa com você?

Você já notou que, durante uma conversa, algumas pessoas piscam mais do que o normal?…

20 horas ago

George Clooney e Julia Roberts brilham muito na nova comédia romântica preferida dos assinantes da Netflix

Um filme delicioso que resgata vários elementos das charmosas comédias românticas que alçaram Julia Roberts…

22 horas ago

Mecânica dos caça-níqueis: comparação do Balloon Casino com outras máquinas caça-níqueis

Os caça-níqueis ocupam uma posição de liderança entre todos os jogos de cassino on-line devido…

1 dia ago

Mulher causa choque entre os amigos ao revelar que é abrossexual

A britânica Emma Flint, de 32 anos, viralizou nas redes sociais ao relatar a sua…

2 dias ago

Whindersson Nunes é internado em clínica psiquiátrica no interior de SP

O humorista de 30 anos resolveu se internar em uma clínica psiquiátrica no interior de…

2 dias ago