Uma das maiores dificuldades dos seres humanos é lidar com a rejeição. E, embora tenhamos que enfrentar inúmeras negativas vida afora, parece que nunca estaremos preparados para digerir com sensatez os momentos em que nos dizem não. Querer ser aceito em tudo e por todos, entretanto, é nocivo à autoestima e ao aprimoramento pessoal.
Temos necessidade, ao longo da vida, de que nos aceitem, de que sejamos aprovados, pelos pais, pela família, pelos amigos, pela sociedade, uma vez que somos seres gregários e nos relacionamos todos os dias com as pessoas à nossa volta. A criança anseia pela aprovação por parte dos pais, ao adolescente é imprescindível a aprovação dos amigos, e assim vamos procurando sempre nos encaixar no mundo com harmonia e aceitação.
Impossível, porém, alcançarmos a unanimidade, pois jamais agradaremos a todos, nem que usemos de falsidade para tanto. O perigo, nesse contexto, é exatamente nos perdermos de nossas verdades, na tentativa de sermos aceitos pelas pessoas, vivendo algo em que não acreditamos, tão somente para ficar junto de quem achamos ser fundamental em nossas vidas. Esquecemos, assim, que nunca nos trarão para suas vidas aqueles a quem não somos o bastante.
Mesmo que tentemos adotar uma postura de autossuficiência absoluta, de que não nos importamos com a opinião de ninguém, no fundo nos incomodaremos com a rejeição, seja em casa, no trabalho, seja na vida social. Importa, no caso, a forma como lidaremos com as negativas, principalmente refletindo sobre a real importância daquilo que não conseguimos, pois, muitas vezes, supervalorizamos coisas e pessoas que não fariam falta alguma em nossas vidas.
É preciso perceber quando chegou a hora de desistir de correr atrás daquilo que jamais alcançaremos. Sempre deveremos tentar realizar os nossos sonhos, porém, gastar energia com o que não nos recebe, com quem não nos dá as mãos, com aquilo que não tem futuro, é inútil e sem serventia alguma. Desistir requer coragem e sabedoria, portanto, dimensionar com clareza a relevância do que queremos nos será vital.
Refletirmos sobre nossos ideais e sobre aquilo que vimos fazendo de nossas vidas deve, por isso, ser um exercício diário e constante, para que consigamos enxergar a nós próprios, no sentido de prezar pela nossa dignidade, sempre. Humilhar-se por algo ou por alguém nunca deve ser tomado como alternativa possível, muito pelo contrário. Devemos, sim, valorizar o que somos, o que temos, para que nossas verdades se fortaleçam junto à dignidade que nos alimenta, que nos fortalece, que nos torna felizes e aptos a recomeçar sempre que a vida disser não.
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