O que é oniomania, uma palavra derivada dos termos gregos oné, que significa compra ou aquisição e manía que vem de insânia ou fúria, é uma expressão, pouco conhecida, usada para designar a necessidade compulsiva de comprar. Os indivíduos possuidores dessa mania sentem um enorme prazer em adquirir bens, preenchendo momentaneamente o seu vazio emocional.
Eles compram tudo que avistam pela frente, e após as compras acumulam objetos na tentativa de satisfazer o vazio existencial. Ademais, não percebem que a sensação de vazio precisará sempre mais, como uma maneira de aliviar a angústia. Estima-se que pessoas que têm esse comportamento representem 5% da população geral, que acreditam que estão comprando de acordo com o seu orçamento. Apesar disso, terminam se endividando para manter as aparências diante da sociedade.
Nós seres humanos somos movidos pelo desejo, mas quem explora essa dimensão com sutileza é a publicidade, que com suas técnicas escapistas promete prazer, felicidade e sucesso na compra de um carro novo e até no comer uma fatia de pão com margarina.
A cultura do crédito fácil estimula esse descontrole, onde a vida é pautada em cima do consumo, tornando-se o centro gravitacional da cultura capitalista e do consumismo passivo, como analisou o psicanalista Erich Fromm.
Fromm também constatou que no ponto de vista psicopatológico a solidão e a impotência encontraram na indústria moderna artifícios da felicidade de consumo e estímulos para o rápido alívio psicológico da condição humana, que em seu dinamismo tende a procurar soluções de alguma forma, com possibilidades de satisfação, ainda que ao preço da violência, da neurose e servidão voluntária.
Quando o Ter nega o Ser nasce uma espécie compulsiva de consumo, que visa exclusivamente aliviar a ansiedade ou mesmo a incerteza implícita à nossa modernidade líquida, repleta de sinais confusos, propensos a mudar com rapidez e de forma imprevisível, como identificou o sociólogo Zygmunt Bauman.
Não estamos negando a importância de consumir, pois o consumo é próprio do crescimento social, econômico e na melhoria da qualidade de vida, visto que precisamos comer, vestir, morar, trabalhar, etc, para realizar a manutenção do nosso Ser. Assim, podemos consumir de modo sustentável, levando em consideração a saúde e o meio ambiente.
A necessidade compulsiva de comprar tem cura através da psicoterapia, que ajuda na mudança dessa conduta, descobrindo os fatores que levam a supervalorizar as compras, a fim de encontrar novas fontes inconscientes de prazer, que serão direcionadas à real carência afetiva do sujeito.
É um tratamento multidisciplinar, que pode ser realizado com auxílio psicológico e psiquiátrico, mas que depende do sujeito em querer buscar o equilíbrio entre o Ter e o Ser, possibilitando o espaço para nascimento de sua espiritualidade, que é dar um sentido de conexão com algo maior que si próprio.
Imagem de capa: Shutterstock/William Potter
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