Por Mariana Thomaz para Adote um Ronrom
As pessoas que amam e convivem com gatos certamente afirmam que suas vidas foram transformadas a partir do momento que iniciaram a troca de afeto com esses seres. E elas tem toda a razão! A renomada psiquiatra brasileira Nise da Silveira, por exemplo, percebeu a importância dessa convivência para a saúde mental de pacientes psiquiátricos.
Nise da Silveira nasceu em Maceió, em 15 de fevereiro de 1905, e dedicou sua vida à psiquiatria, mantendo firme posição contrária às formas agressivas de tratamentos psicológicos que eram comuns em sua época. Ela não concordava com o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.
Entre diversos projetos que desenvolveu, a Dra. Nise da Silveira foi pioneira na pesquisa das relações emocionais entre paciente e animais. Cães e gatos foram incorporados em seu trabalho, sendo chamados de co-terapeutas.
Na sua obra intitulada ‘Gatos, a Emoção de Lidar’, publicada em 1998, ela conta curiosidades e histórias sobre os gatos, descreve as qualidades metafísicas, o simbolismo nos sonhos, afinidade dos gatos com a literatura e as artes e, principalmente, registra seu amor pelos gatos.
O livro é ilustrado por fotos de Sebastião Barbosa e é dedicado aos gatos que a autora teve na vida, entre eles, o último, Carlinhos, assim batizado em homenagem a Carl Jung, quem Nise considerou um grande mestre.
“Os gatos são os seres mais lindos, inteligentes e independentes do mundo. Essa é a razão por que os homens tem tanta dificuldade de se relacionar com eles e os perseguem indiscriminadamente desde o início dos tempos.” (Nise da Silveira)
Nise da Silveira faleceu em 30 de outubro de 1994, com 94 anos. No mês passado, foi lançando o filme ‘Nise – O Coração da Loucura’, que narra a luta da psiquiatra contra as técnicas violentas praticadas no tratamento da esquizofrenia, também mostra grandes nomes das artes plásticas que foram revelados no Hospital Psiquiátrico Pedro II, tais como Emydgio de Barros, Raphael Domingues, Lucio Noeman e Fernando Diniz.
A descoberta do talento desse artistas é exibida no filme, que mostra o contato com a tinta, o pincel e o barro que eles tinham como forma de reabilitação em um ateliê de pintura oferecido pelo Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (STOR), criado por Nise e dirigido por ela até a sua aposentadoria.
O longa tem direção de Roberto Berliner e traz a atriz Glória Pires no papel de Nise da Silveira. Premiado no premiado no Festival de Tóquio, foi lançado no Brasil em 21 de abril de 2016.
Deixamos aqui um gostinho de querer ver o filme e ler o livro citados. Pelas informações que obtive, o livro é edição esgotada e difícil de ser encontrado para compra. O filme, por sua vez, foi exibido nos cinemas de algumas cidades apenas.
Se você teve a oportunidade de conseguir alguns desses feitos – assistir o filme ou ler o livro -, conte nos comentários o que achou.