“Quem encontrou um amigo, descobriu um tesouro!”, diz o livro de Eclesiástico. E a verdade destas palavras se prova sempre que alguém se doa em prol da alegria de outro alguém a quem considera muito. Um dos mais recentes e comoventes exemplos disso é a história dos amigos de longa data Lucas e Christopher.
Christopher está prestes a se casar e enviou um convite da cerimônia para Lucas. O detalhe é que o convite estava escrito em braile para que o amigo pudesse ler. Lucas é deficiente visual e ficou feliz com a consideração.
Mas isso não é tudo. Para fazer o convite em braile, Christopher precisou traduzir a mensagem em um site que faz tradução de textos para o Braille. Depois disso imprimiu a imagem de como o convite deveria ficar e, com um martelo e um prego, perfurou as bolinhas.
Havia algumas bolinhas mais saltadas dos que as outras, mas nada que atrapalhasse Lucas. Nem passava pela sua cabeça que Christopher tinha feito o convite com as próprias mãos.
“Liguei pra agradecer o convite, confirmar que ia, e confirmar quem tinha escrito pra ele. ‘Eu escrevi. Usando um martelo e um prego’”, escreveu Lucas em um post na sua conta pessoal do Twitter. “Essa é a forma mais ineficiente de escrever braille. Essa é a forma mais maneira que alguém já escreveu algo para mim”, completou.
Amigo vai casar e me mandou convite do casamento, em braille. Começou bem.
Comecei a ler e tinha umas coisas estranhas. nada que atrapalhasse, só coisas fora do comum. Umas bolinhas mais saltadas que outras, algumas que ficavam um pouco sobrepostas. Tudo legível, só que estranho.— Lucas Radaelli (@lucasradaelli) October 9, 2018
Ao Razões para Acreditar, Lucas contou que ficou tocado com o esforço de Christopher: “Esse gesto mexeu demais comigo, muito”.
Os amigos se conheceram no 8º ano do ensino fundamental, em Cascavel, Paraná. Depois, cursaram juntos a faculdade de ciências da computação, em Curitiba.
“A gente estudava junto. Eu tinha mais facilidade com matemática, então eu o ajudava com álgebra e matemática discreta. Ele lia pra mim livros da faculdade que eu não tinha acesso em Braille ou em formato digital”, lembra Lucas.
“Então, a gente foi ficando cada vez mais amigo. Nos encontrávamos na aula, mas também depois pra tocar guitarra, assistir anime. O Chris leu a legenda de pelo menos 200 episódios de Bleach pra mim.”
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Fotos: Reprodução/Facebook e Arquivo Pessoal.