Por Pamela Camocardi em Conti Outra
Liberdade e amor caminham juntos. Não adianta fechar os olhos e acreditar em mentiras floreadas. A realidade está nua e crua diante dos nossos olhos: amor quando é cobrado, deixa de ser amor.
Relacionamento é troca. Você já decorou, comprovou na pele e entendeu às mais duras penas que histórias sem reciprocidades não são histórias, são ilusões criadas para suprir carências emocionais.
Desde muito cedo lidamos com sentimentos de frustações e de desencanto com maestria. Os pais que deixam de ser nossos heróis, os foras que levamos nas primeiras paixões e o amigo que trai nossa confiança, são apenas algumas das situações que precisamos lidar no início da vida como condição de amadurecimento emocional.
Nas relações amorosas a situação exige mais percepção. É preciso entender que uma relação nasce da consequência de sentimentos mútuos e não da obrigação de um encontro de sexta à noite.
Jantares nos finais de semana não garantem compromissos. Troca de telefones não representam reciprocidade e encontros esporádicos não significam relacionamentos sérios. Sejamos coerentes: o fato de alguém não querer um relacionamento sério depois de um primeiro encontro, não o torna cafajeste. Ela deixar claro que não está apaixonada, não a torna uma menina fútil. As pessoas têm o direito de querer (ou não) um relacionamento e isso é uma das coisas mais naturais do mundo.
Infelizmente, como as paixões para algumas pessoas são sinônimo de irracionalidade, a naturalidade do término de uma relação vira tortura psicológica. Para elas, todas as relações são respaldadas em um comportamento passional e, claro, o efeito disso é sempre catastrófico.
Para que uma relação dê certo, é preciso ter em mente que qualquer tipo de vínculo se cria na afetividade e sintonia dos envolvidos. Não dá para forçar a barra, nem tentar convencer o outro que namorar é a melhor opção da vida. A verdade é uma só: só sabe de amor que, primeiro, aprendeu a ser livre. “A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo”. (Fernando Pessoa).
Liberdade e amor caminham juntos. Não adianta fechar os olhos e acreditar em mentiras floreadas. A realidade está nua e crua diante dos nossos olhos: amor quando é cobrado, deixa de ser amor.
É preciso muito equilíbrio e muito amor próprio para entender que nem toda relação nasce para durar. Às vezes, a gente só precisa de alguém que goste das mesmas músicas, de risadas despretensiosas, de gente corajosa para chutar o balde conosco e só! Não é porque o coração bateu forte no primeiro encontro que o pedido de casamento virá no segundo.
Imagem de capa: Brooke Winters on Unsplash
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