Engraçado como o ser humano cresce em meio a necessidades de aprovações por parte de todo mundo, menos de si mesmo. Buscamos, quando crianças, pela aprovação dos adultos que nos rodeiam e dos amiguinhos e, infelizmente, muitos seguem na vida adulta se distanciando de si, enquanto tentam se ajustar ao que os olhos de fora aprovam.
É até compreensível isso, tendo em vista a sociedade majoritariamente calcada em aparências em que vivemos. Consumo, grifes, modelos de carros e de smartphones, viagens e baladas chiques são cartões de visita que validam a sua inserção entre os descolados, aqueles que são admirados por muitos. Ser popular virou talento inato. Muitos famosos, por exemplo, são famosos porque sim, sem ao menos precisarem se esforçar – basta postar uma foto e ganham milhões de curtidas.
Com isso, tornam-se espelhos, modelos a serem seguidos, mesmo que nada tenham em comum com quem os imite. Na verdade, quando admiramos alguém, devemos nos inspirar na pessoa, mas sem nos tornarmos uma cópia dela por aí. Temos que adequar o outro ao que nós temos dentro de nós, ao que somos, ou seremos manequins vazios de nós mesmos. A admiração deve nos mover ao aprimoramento do nosso melhor, sem que precisemos anular aquilo que nos define.
O que nos define está dentro de nós e não lá fora. É tão bonito gente autêntica, que sabe o que quer, o que é, quem merece ficar junto e quem deve ser ignorado. Pessoas que não se rendem aos outros são mais felizes, porque não se escravizam por quem não faz parte da sua vida. A autenticidade, por isso mesmo, choca a muitos, pois a maioria se esconde das próprias verdades, para viver o que não lhe cabe, não lhe convém, não lhe diz respeito.
Jamais sufoque a verdade que pulsa dentro de sua essência, para se adequar ao que não vem ao encontro do seu coração. Seja falante, seja tímido, seja ousado, seja comedido, seja o que quiser, mas seja você mesmo. Não importa o que os outros pensarão, caso sua caminhada seja honesta e não machuque ninguém. Acredite: não obter aprovação dos outros pode doer, mas ser aprovado às custas de mentiras dói muito mais.
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Texto publicado originalmente em Prof Marcel Camargo
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