Todos os dias em todas as regiões de nosso país, mulheres de diversas idades, etnias, crenças, classes sociais e orientações sexuais são vítimas de violência física, mental, moral, etc., que podem levá-las à morte.
As agressões ocorrem na família, no trabalho, na escola, no transporte e nas ruas pelo fato de serem mulheres, se revelando na desigualdade entre os sexos, que é imposta pelos homens e escondida pela sociedade.
O Brasil é o 5º país no mundo que mata mais mulheres, conforme o Mapa da Violência de 2015, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. Os dados da Organização das Nações Unidas reafirmam que o Brasil está entre os países mais perigosos para as mulheres viverem, com a média de 13 assassinatos por dia.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ao menos 221.238 mulheres foram vítimas de violência doméstica só no ano de 2017, sendo que 1.133 casos foram identificados como feminicídios, enquanto os estupros passaram da marca de 60 mil. Hoje, mais de um milhão de processos relativos à violência doméstica tramitam na Justiça.
A “devastação” é a palavra que explica os motivos pelos quais muitas mulheres permanecem como vítimas de violência. É nesse cenário de “aniquilamento,” que os corpos femininos são reduzidos ao silêncio sepulcral, de sintomas parecidos com a Síndrome de Estocolmo.
Essas mulheres se tornam reféns de abusos, já que estão há tempo encarceradas por intimidações, criando nelas um pseudo sentimento de “amizade” ou “amor” pelos seus agressores. Eles são pobres, remediados, ricos, famosos e anônimos, que se caracterizem como homens perversos e perturbados com sua masculinidade.
Além disso, a violência contra as mulheres causa danos à saúde delas, como: distúrbios no sistema nervoso, prejuízos dissociativos, depressão e mutilações. E, por conseguinte, algumas mulheres são ultrajadas ao fazerem as denúncias, e ainda querem obrigá-las a gerar filhos de seus estupradores.
Portanto, esses números são assustadores, porque expõem a brutal realidade da violência contra as mulheres brasileiras, e apontam que em alguns estados faltam delegacias especializadas, casas-abrigo para elas e seus filhos, e por vezes, as medidas protetivas não recebem a devida urgência.
É necessário dizer que ocorreram avanços na defesa dos direitos das mulheres, graças às lutas do movimento feminista, que propõem romper com o estereótipo das mulheres dominadas e oprimidas. Assim, é imperativo que as autoridades públicas viabilizem as leis de proteção às mulheres, garantindo a elas o direito à vida, o respeito e a integridade.
Porém, o melhor caminho é a mediação pelo amor e acolhimento das mulheres em situações de violência, que significa ouvi-las e respeitar o seu lugar de fala, ajudar a combater o machismo, a misoginia e suas consequências que afetam a vida em sociedade.
Jackson César Buonocore é sociólogo e psicanalista
Imagem de justraveling por Pixabay
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