A palavra ciúme é relativa a expressão “zelosus”, que em latim significa “cheio de zelo” e no termo grego “zelos” refere-se ao conceito de “ferver”. E se existe um aspecto da vida em que o ciúme “ferve” é nas relações amorosas. Não vamos tratar do tema neste enfoque, mas como uma das emoções humanas mais negativas, já que todos nós sentimos ciúme em alguma fase das nossas vidas, uma verdade que ninguém consegue negar.
O ciúme é uma emoção inerente às pessoas de todas as idades. Ele pode se manifestar por um turbilhão de sentimentos, como por exemplo: aflição no coração, constrição no peito e sensação de frieza na alma. O ciúme também envolve uma série de ideias e ações, entre as principais:
Desejo de posse em relação alguma coisa ou alguma pessoa;
Inveja de coisa, pessoa ou situação que não se pode ter;
Dor, raiva e violência por dividir ou por não ter uma coisa ou pessoa desejada.
Portanto, o ciúme é um sentimento presente em todas as tragédias, desde a sua origem na Grécia antiga, que sempre deu um final trágico aos seus personagens. E o ciúme com sua força dramática faz dele um assunto arrebatador para os escritores produzirem suas obras primas. Não há dúvida, que o ciúme tem um forte elemento competitivo na sociedade moderna, pois há uma pressão social que impulsiona o indivíduo a defender o “que é seu” e ainda de possuir um olhar cobiçoso em relação a propriedade, o corpo e a vida alheia.
Hoje o ciúme tem um viés midiático, sendo o mote principal de filmes, músicas, atrações culturais e conflitos nas redes sociais. No espaço de trabalho, familiar, na política, nas notícias e nos casos de polícia, o ciúme ocupa um alcance espantoso, que gera hostilidade e adoecimento. Por isso, que o ciúme está visceralmente relacionado à inveja, mas a diferença é que a inveja não intervém no sentimento de perda existente no ciúme. Mas as duas se distanciam dos cuidados com a própria vida, preocupando-se, exageradamente, com a vida das outras pessoas.
O ciúme negativo, é de natureza neurótica, que está associado com a falta de confiança em si mesmo, quando é desmedido pode transformar-se em uma obsessão. Em nosso dia a dia nos deparamos com pessoas refém desse ciúme, vivendo na fronteira entre a fantasia e a incerteza, tomadas por um sentimento de insegurança, que costumam ter origem na infância. O melhor para nossa saúde mental e ficar longe delas!
Porém, o ciúme patológico pode ser tratado no ponto de vista psiquiátrico, atacando o seu desequilíbrio no sistema nervoso, que interfere na dinâmica dos neurotransmissores e, que está na raiz de muitas doenças psicossomáticas. Além disso, a psicoterapia é capaz de tratar os sintomas do ciúme na sua gênese familiar, social e psicológica, orientando o sujeito ciumento a gastar a sua energia negativa em atividades, tais como: exercícios físicos, meditação e trabalho lúdico, que anule o ciúme pelo equilíbrio mental e espiritual.
Imagem de capa: Shutterstock/fizkes
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