Criado pelo artista John Koenig, o Dicionário das Tristezas Obscuras, é uma coleção de palavras inventadas, que servem para oficializar emoções que as pessoas sentem mas não conseguem explicar.
Aqui estão algumas delas, para ver todas e também os vídeos que Koenig faz com suas palavras, visite o site do projeto.
Frustrar-se com a quantidade de tempo necessário para se conhecer bem alguém.
O medo de que aprender o nome de algo – um pássaro, uma constelação, uma pessoa bonita – vai estragar tudo. Transformando uma descoberta do acaso, em uma casca conceitual vazia.
Um tipo de transe melancólico no qual você se torna completamente absorto por pequenos detalhes sensoriais – pingos de chuva escorrendo pela janela, árvores altas se dobrando lentamente com o vento, espirais de creme se formando no café – o que, por fim, leva a uma avassaladora constatação da fragilidade da vida.
O desejo de segurar o tempo enquanto ele passa, como tentar se segurar em uma pedra no meio de um rio com muita correnteza.
Uma conversa em que todo mundo está falando mas ninguém está ouvindo.
Nostalgia de um tempo no qual você nunca viveu.
Um estado de exaustão ao perceber o quão horríveis as pessoas podem ser umas com as outras.
A tranquilidade confortável de se estar dentro de casa durante uma tempestade.
A onda de energia que surge ao olhar de relance para alguém que você gosta.
Uma tristeza por não ser capaz de saber como a história vai terminar.
A sensação agridoce de ter chegado no futuro, visto como tudo aconteceu, mas não ser capaz de contar para o seu ‘eu’ do passado.
A tendência de desistir de tentar falar sobre uma determinada experiência porque as pessoas são incapazes de se relacionar com ela.
O momento em que você percebe que alguém que você conhece há anos tem uma vida interna, privada e misteriosa.
Uma conversa hipotética que você repete compulsivamente na sua cabeça.
O momento em que você percebe que está feliz – e tenta conscientemente aproveitar essa sensação – o que obriga seu intelecto a identificar e colocar a sensação em um contexto, onde a felicidade lentamente se dissolve até se tornar pouco mais do que um retrogosto.
A atmosfera misteriosa e desamparada de um lugar que normalmente está cheio de gente, mas que agora está abandonado e quieto.
O desejo de ser atingido por um desastre – sobreviver a uma queda de avião, ou perder tudo em um incêndio.
Dar-se conta, enquanto fala sozinho, que outra pessoa pode estar escutando, o que o leva a rapidamente transformar as palavras em algum cantarolar sem sentido.
A idade em que você se torna mais velha do que seus pais eram quando você nasceu.
O hábito de esquecer o quão importante uma pessoa é para você, até o momento em que você a encontra pessoalmente.
O desejo de se importar menos com as coisas.
Frustração ao perceber o quão facilmente você se encaixa em um estereótipo.
O sentimento sutil mas persistente de estar fora de lugar.
Perceber, como um solavanco durante um momento de insônia, que você vai morrer.
O esforço que vem logo após um momento de distração, para lembrar porque é mesmo que você está se sentindo irritada, ou ansiosa, ou animada.
Dar-se conta de que o roteiro da sua vida já não faz o menor sentido.
Dar-se conta da pequenez da sua perspectiva. Com a qual você não tem como chegar a qualquer conclusão significativa sobre o mundo, o passado, ou as complexidades da cultura.
A frustração de estar preso em apenas um corpo que habita apenas um lugar por vez.
A intensidade ambígua de olhar alguém nos olhos, e sentir-se simultaneamente invasivo e vulnerável.
A prática de atender o telefone com um “alô?” genérico, como se você já não soubesse quem está ligando.
O sentimento de voltar para casa depois de uma viagem imersiva, e perceber que toda a experiência já está desaparecendo rapidamente da sua consciência.
Dar-se conta de que cada pessoa tem uma vida tão vívida e complexa quanto a sua – populada por ambições, amigos, rotinas, preocupações e loucura.
Sentir orgulho de uma cicatriz. Como um autógrafo dado a você pelo mundo.
A frustração ao perceber que você não está aproveitando uma experiência tanto quanto deveria.
A tentação de sair da sua meta de carreira e se tornar pastor de ovelhas nas montanhas.
Frustração ao fotografar algo incrível quando milhares de outras fotos idênticas já existem.
Medo de que tudo já tenha sido feito.
Olhar para todos os rostos em uma multidão, procurando uma pessoa específica que não teria motivo algum para estar aí.
A sensação de que o tempo está passando cada vez mais rápido.
As colagens que ilustram o post foram todas feitas pelo artista Ben Giles.
TEXTO ORIGINAL DE NOOSFERA
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