É interessante e vital notar as interdisciplinaridades entre algumas ciências.
O Direito e a Psicologia estariam tão distantes? Sabemos que cada uma destas ciências tem uma gama de interesses e funções a disciplinar, mas juntas poderiam se correlacionar?
A resposta parece ser positiva. O jurista necessita muitas vezes de um laudo psicológico (pericial) para subsidiar inúmeras decisões judiciais, uma vez que o conhecimento técnico relativos aos indivíduos e suas questões de natureza civil, familiar, trabalhista, criminal podem passar pelo crivo de um profissional psicólogo, que deve estar ambientalizado com questões jurídicas para um atendimento de qualidade.
É sabido que a avaliação psicológica vai muito além de testes psicológicos, e que outros procedimentos são utilizados para adentrar no universo do indivíduo em análise. Para isso, o profissional deve manusear instrumentos fidedignos, válidos e que respaldem a conduta de melhor elucidar a demanda de acordo com técnicas reconhecidas pela Psicologia e se resguardando nos ditames legais de cada disciplina.
Há inúmeras questões cotidianas debatidas na modernidade, a exemplo da transexualidade, abandono afetivo e reparação civil, assédio moral, adoção, uniões homoafetivas, assédio moral, alienação parental, guardas compartilhadas, sem citar a fundo os casos criminais nos quais a demanda gira em torno da liberdade humana.
Vários são os pontos em que psicólogos podem e devem se capacitar para responder com maior profundidade os quesitos judiciais, seja na condição de perito judicial ou de assistente técnico de uma das partes.
Importante destacar que cada profissional, seja ele do Direito ou da Psicologia, deve ter em mente que nenhuma ciência sobrepõe a outra e sim, em conjunto, busca elucidar melhor as questões nas quais há indivíduos envolvidos. Cada ciência deve respeitar sua abrangência teórica.
Sim, vários campos se abrem no mundo jurídico para psicólogos, pois o cenário cotidiano e as causas que chegam aos tribunais necessitam de uma maior compreensão do indivíduo à luz da sua dignidade e de sua própria construção como pessoa.
Mais do que ciências divergentes, a Psicologia e o Direito, juntos, formam alicerces importantes de compreensão e complementação do ser humano enquanto este viver em sociedade.
A ação conjunta pode disponibilizar ao indivíduo instrumentos de maior adequação social e satisfação pessoal, então, não podemos nos abster de debates.
Conflitos de interesses e posições divergentes sempre existirão, mas inevitável usufruir o conhecimento que cada disciplina proporciona para auxiliar tanto os litígios, como o melhor viver das partes envolvidas, sempre com seriedade, capacidade técnica, empatia e justiça.
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