COLABORADORES

O estresse do cotidiano

Com uma avalanche de informações e sobrecarga de tarefas e compromissos, é possível escolher fazer uma coisa de cada vez, sem nos obrigarmos a ser multitarefa o tempo todo? Quais os recursos que podemos utilizar para reduzir o estresse inevitável? Como criamos estresse desnecessariamente?

A conversa sobre esse tema com um grupo de amigos foi muito interessante. Compartilhamos recursos que utilizamos para descarregar o estresse do cotidiano, com os problemas de trânsito, a vida em cidades com muitos episódios de violência e horário apertado devido à sobrecarga de compromissos. Nadar do mar de manhã cedo, dançar, jantar com a família sem ligar a TV ou verificar mensagens no celular, conversar com os amigos, meditar, cultivar a alegria e o bom-humor foram alguns dos recursos mencionados. Uma das participantes disse que pratica o que leu em um livro: quando está estressada, imagina-se morta, no caixão, e dessa perspectiva, olha a vida. Isso a ajuda a perceber o que realmente importa e como está criando estresse ao cultivar mágoas ou preocupações.

Vivemos em cenários de alta complexidade, precisando encarar não somente as crises pessoais como também as políticas, econômicas, ecológicas e tantas outras. Precisamos fortalecer a resiliência pessoal, familiar e comunitária para encarar as adversidades e encontrar meios de reduzir os danos causados. Conviver com múltiplas dificuldades sem desenvolver resiliência e flexibilidade nos torna vulneráveis ao estresse tóxico, com os problemas de saúde daí derivados, desde a época da gestação.

As pesquisas sobre a biologia do estresse mostram como o estresse crônico na gravidez (por exemplo, proveniente de condições de vida extremamente desfavoráveis, tais como a miséria, abuso e negligência) pode prejudicar a formação do cérebro fetal e colocar o sistema de resposta ao estresse continuamente em alerta máximo, passando a mensagem bioquímica “o mundo lá fora está cheio de perigos”.

Há situações estressantes que são inevitáveis, fazem parte do “pacote da vida”. E também é preciso reconhecer que o estresse tem aspectos positivos, como enfatiza Kelly Mcgonigal em sua palestra TED “How to make stress your friend”. Precisando enfrentar mudanças e adversidades, saímos da zona de conforto, ficamos motivamos a buscar pessoas de quem gostamos e em quem confiamos para trocar ideias e obter apoio. Isso fortalece os vínculos e a resiliência para enfrentar os múltiplos desafios que encontramos pelas trilhas da vida.

Imagem de capa: Shutterstock/Rawpixel.co

Maria Tereza Maldonado

É Mestre em Psicologia Clínica pela PUC-RIO, onde lecionou no Departamento de Psicologia. É membro da ABRATEF (Associação Brasileira de Terapia Familiar). Tem mais de 40 livros publicados sobre relações familiares, desenvolvimento pessoal e construção da paz, com mais de um milhão de exemplares vendidos.

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