O filme da Netflix que você precisa ver hoje mesmo, mas não perto das crianças!

O filme ” Pura Paixão”, dirigido por Danielle Arbid, é uma incursão crua e visceral pelos abismos do desejo e da obsessão amorosa. Baseado no romance autobiográfico de Annie Ernaux , o longa narra a história de Hélène (interpretada com intensidade por Laetitia Dosch ), uma professora universitária que se perde em uma relação avassaladora com Alexandre ( Sergey Polunin ), um enigmático diplomata russo.

Desde os primeiros minutos, a trama é guiada por uma pulsão emocional e carnal, que desconstrói a ideia de um romance idealizado. Hélène se entrega completamente ao caso extraconjugal, sacrificando suas rotinas, ambições e até sua identidade. Alexandre, por outro lado, permanece distante e misterioso, alimentando uma relação desequilibrada que beira a autodestruição.

Danielle Arbid conduz uma narrativa com um olhar íntimo e subjetivo, utilizando enquadramentos internos e uma paleta visual que reflete o estado emocional do protagonista. As cenas de intimidade são explícitas, mas jamais gratuitas, funcionando como o coração pulsante do filme. Elas capturam não apenas o desejo, mas a vulnerabilidade e a busca de Hélène por sentido em meio à sua obsessão.

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O ritmo da longa é propositalmente lento, refletindo a monotonia e a repetição do cotidiano de Hélène enquanto ela espera pelas mensagens e encontros fugazes com Alexandre. Esse detalhe, embora essencial para a construção do clima, pode afastar os espectadores que esperam por uma narrativa mais dinâmica.

A atuação de Laetitia Dosch é o grande destaque. Ela dá vida a uma personagem complexa, cujas anseios e contradições são palpáveis ​​em cada cena. Sergei Polunin , embora tenha menos espaço para aprofundar seu personagem, interpreta com competência o papel do amante distante, quase inacessível.

“Pura Paixão” é um retrato sincero e doloroso da fragilidade humana diante do desejo. Embora não apresente respostas ou uma catarse convencional, o filme provoca reflexões sobre a entrega emocional, a solidão e os limites do amor. É uma obra para quem busca cinema que investiga os meandros da alma com coragem e honestidade.






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