Enã Rezende, de 26 anos, é morador de Cuiabá, capital do Mato Grosso. Seus familiares realizaram no dia 15 de Janeiro uma festa com balões, camisas personalizadas, brindes. Tudo para comemorar uma importante conquista; sua formatura. Sua mãe, Érica Rezende, conta como este foi um dos momentos mais marcantes de sua vida.
“Tem passado um filme diante de mim sobre tudo o que vivemos.” Ela relembra que 20 anos atrás escutou de uma professora de Enã que seu filho jamais conseguiria aprender a ler.
Mas, a despeito dessa previsão, Enã agora é formado em Medicina. “Na colação de grau dele, fiquei em choque, sem expressar muita emoção, porque estava me lembrando de tudo o que vivemos desde que ele era pequeno. Mas ontem, no culto ecumênico, não aguentei e chorei bastante”, conta Érica.
Enã é autista e desde a infância enfrentou o preconceito social por conta de sua condição. Revela que não poucas vezes se sentiu inferior por conta das ofensas de seus colegas. Conseguir concluir um curso tão complexo como é Medicina, foi sua maneira de mostrar a si o quanto era de realizar seus projetos pessoais.
“Eu dizia para mim: tenho que vencer na vida e mostrar que está todo mundo errado. Sempre soube que teria de lutar mais que os outros para conquistar meus objetivos”, conta, com voz mansa, Enã.
O jovem ainda conta que há outros profissionais que se formam e não revelam que são autistas por conta do preconceito. A história de Enã desafia a sociedade como um todo a rever como tratam as potencialidades das pessoas com a mesma condição. De que forma a sua opinião é baseado mais numa crença equivocada do que em informações?
Com informações de Razões para Acreditar