Logo após ao nascimento e nos dois primeiros meses, a vida do bebê é marcada pela satisfação de suas necessidades fisiológicas. Em torno do terceiro mês, seu psiquismo é inaugurado, sendo um sinal o sorriso intencional e ativo, o qual ocorre quando vê um rosto de frente ao seu. Este sorriso só aparece por causa do sentimento de segurança que o bebê adquiriu com relação aos cuidados que recebe. É neste momento em que ele fica mais acordado, percebe mais o que ocorre em sua volta e passa a fazer algumas demonstrações de prazer.
O bebê percebe de um modo afetivo muito mais pronunciado do que o adulto. Por isso, nos três primeiros meses, a atitude afetiva e estável do cuidador lhe servirá de orientação, já que as suas experiências se limitam aos afetos. O bebezinho demonstra confusão em seus gritos e choros, e a mãe tende a reconhecer as suas necessidades no meio deste caos. Com o afeto dela, a capacidade perceptiva do bebê é desenvolvida.
Após este período, criam-se as bases para o desenvolvimento da comunicação, a qual faz parte da vida do bebezinho. Como os bebês se comunicam? Como entendê-los? Quando se somam vários comportamentos simples do bebê e da mãe, os padrões de comportamento e reações começam a adquirir significado. Os bebês apresentam uma variedade de códigos para indicar as suas necessidades, comunicando-se, principalmente, através da linguagem corporal.
A mãe, por sua vez, responde seletivamente a determinados códigos, e o bebê tem a sua conduta influenciada por esta resposta seletiva, além de sua bagagem congênita. A capacidade materna para criar um padrão de comportamento para conter o bebê, para manter seu estado de alerta e para propiciar os ritmos necessários de atenção e desligamento torna-se crítica para o sucesso do desenvolvimento da sua comunicação com o seu bebê. Se a mãe cria uma previsibilidade dentro da qual o bebê possa formular um padrão de sinais, proporcionará à criança a base necessária para o aprendizado da comunicação verbal.
Sendo assim, as relações iniciais do bebê com o seu cuidador são cruciais para o desenvolvimento emocional, pois é neste período que se criam as bases da estrutura psicológica futura. Por isso, é importante que a criança crie fortes vínculos neste momento, que tenha confiança na pessoa que lhe cuida.
O estabelecimento da relação de apego com alguém é uma necessidade humana básica. Em contrapartida, é necessário que haja estabilidade no tipo de cuidado que lhe é dado para que esta confiança possa ser desenvolvida e, consequentemente, o sentimento de segurança. Além disso, as necessidades individuais da criança precisam ser reconhecidas pelos cuidadores para que ela possa ser autêntica, ser ela mesma, caso contrário, tenderá a agir apenas de acordo com as expectativas do ambiente.
Cristine Boaz
Psicóloga – CRP: 07/16606
Mestre em Psicologia Clínica
Especialista em Psicoterapia Psicanalítica
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