Por Helô D’Angelo
Nestes tempos de país rachado ao meio e de guerra civil nas redes sociais, está todo mundo brigando com todo mundo. Nessas horas, pode ser bem útil saber como pedir desculpas. Por sorte, a ciência acaba de encontrar a resposta: parece que já existe uma fórmula para o pedido perfeito de perdão, cientificamente testada e aprovada. A receita é da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, e é bem mais fácil do que parece – é só misturar um pouco de honestidade, arrependimento, planos para consertar a situação e uma pitada da postura corporal correta.
Para que um pedido de desculpas saia nos trinques, você vai precisar de seis componentes:
1. Primeiro e mais importante, admita que você pisou na bola e que a culpa é sua. Sim, isso é difícil, mas é essencial, porque a pessoa vai entender que você realmente repensou sua postura, e que está a fim de ajeitar as coisas para valer. Isso nos leva ao segundo ingrediente:
2. Menos falação, mais ação. Ofereça-se para reparar o erro, dando ideias de ações reais para consertá-lo. O impacto desses dois componentes é tão grande que, segundo o estudo, só eles já são o suficiente para um bom pedido de desculpas em situações mais superficiais – como um mal entendido na faculdade ou no trabalho, por exemplo.
Mas, ainda que dispensáveis, os passos seguintes também são muito poderosos:
3. Expresse seu arrependimento com sinceridade – mas sem forçar a barra.
4. Explique, nas suas palavras, o que aconteceu de errado.
5. Sempre que possível, tente se desculpar cara a cara. Olhar nos olhos da pessoa, mostrar uma expressão facial sincera e se colocar em uma postura que mostre abertura – sem os braços cruzados e encarando a pessoa de frente – também ajudam na hora do perdão.
6. O último passo é o mais simples: deixe o pedido de desculpas para o final, depois da admissão do erro, das ideias de reparação, da expressão do arrependimento e da explicação. É que, de acordo com o estudo, só dizer ?foi mal aí? soa falso e passa a impressão de que você não liga de verdade para o que a outra pessoa está sentindo – e que só quer acabar logo com isso. Faz sentido, não é?
A receita das desculpas perfeitas foi construída com base em uma simulação: os cientistas recrutaram 755 pessoas e pediram que elas representassem o papel de gerente de RH contratando um novo funcionário. A encenação funcionava como uma entrevista de emprego, na qual o “gerente” fazia perguntas para uma outra pessoa, que fingia ser um candidato à vaga. A conversa seguia um roteiro dado pelos cientistas e, no meio dela, o “gerente de RH” confrontava o “candidato” sobre um erro cometido em um outro emprego. O “candidato”, então, precisava se desculpar.
Cada “candidato” ganhava um roteiro com um pedido de desculpas diferente: alguns usavam os cinco passos do perdão perfeito, outros eram compostos por menos elementos, outros misturavam a ordem das coisas. Quando a “entrevista” acabava, os “gerentes” precisavam dar notas de 1 a 5 para os pedidos e, aí, os pedidos que tinham mais elementos da receita ganharam as maiores notas, enquanto as outras fórmulas se saíram pior na avaliação. Assim surgiu a receita.
Parece bem simples, não é? Desculpe se fizemos parecer que é muito complicado.
TEXTO ORIGINAL DE SUPERINTERESSANTE
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