A decisão da Justiça de admitir que psicólogos atendam pacientes que buscam a reversão sexual, a chamada “cura gay”, causou reações dos ativistas de direitos humanos e LGBT, verbalizando na internet o debate sobre tal medida, principalmente, apontou da necessidade urgente da cura do preconceito na sociedade.
O preconceito é um grave problema social que vem se multiplicando como um instrumento de julgamento que classifica os seres humanos como sendo inferiores ou superiores, conforme o enquadramento étnico, político, religioso, sexual, etc. Uma demonstração pública de intolerância, que ganha contornos assustadores, onde divergências de opinião descambam – para bordoadas verbais e físicas.
Os mais intolerantes, manifestam abertamente seus preconceitos de modo vil, através de agressões, que são declaradas com veemência pelas redes sociais. Abusando da falta de compreensão sobre os limites da liberdade de expressão, que não é um direito ilimitado e deve ser exercido respeitando a liberdade dos outros.
O preconceito é um mecanismo de defesa usado diante do desconhecido, mas que acaba se transformando num enorme mal-estar. Nessa perspectiva, o preconceito está posto em todos os círculos das relações humanas, empregado por indivíduos que têm graves dificuldades de conviver com o diferente.
Ninguém nasce preconceituoso, é educado dessa forma, portanto, o preconceito é uma construção social, que pode ser desconstruída. E tem tratamento e cura, que o ocorre através da educação, do conhecimento e da coexistência com a diferença, é um processo de reflexão do sujeito sobre os valores morais, que lhe permite ressignificar a sua visão de mundo.
No ponto de vista subjetivo, cada vez que uma ideia preconceituosa invadir a mente de uma pessoa com a representação de algo distorcido, é necessário vigiar-se para não tecer comentários discriminatórios, pois a verdadeira mudança acontece de dentro para fora. Mas, isso também passa pela construção coletiva de uma sociedade mais inclusiva, que respeite e reconheça a diversidade humana.
O preconceito não se cura de um dia para outro, porque é um processo gradual, quanto mais as pessoas se curam de um preconceito, mais percebem que existem outros. Como os dependentes químicos, que vivem um dia de cada vez na luta contra o vício – que está dentro de si mesmos – assim também é possível vencer o preconceito, colaborando para construção de um mundo melhor.
Contudo, é fundamental que pais, professores, líderes políticos, religiosos e empresariais, ou seja, que a cidadania se disponha a dialogar e educar, nos espaços públicos e privados, para que as nossas crianças, adolescentes e adultos se conscientizem que a cura do preconceito virá a partir da educação e da informação. Ou como disse Nelson Mandela: “Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge o seu coração. ”
Imagem de capa: Shutterstock/a katz
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