O objetivo deste artigo é informar a população acerca de algumas características inerentes ao Transtorno do Pânico, para que em caso de identificação com os sintomas que serão elucidados a seguir, a população procure o profissional e o tratamento adequados, visto que os sintomas do Transtorno do Pânico causam muito sofrimento físico e emocional, não desaparecem espontaneamente, paralisando várias áreas da vida e requerendo, portanto, um tratamento especializado para que a pessoa possa usufruir de uma vida saudável e de qualidade.
O Transtorno do Pânico está classificado entre os Transtornos de Ansiedade. Sendo um tipo especifico de ansiedade, este apresenta em seu repertório comportamental respostas de luta e fuga diante de uma ameaça real ou imaginária, bem como sintomatologia bastante característica. Todos apresentamos um certo grau de ansiedade considerada normal, e esta nos motiva na execução das atividades diárias e tem fator protetivo. Necessitamos deste “estado de alerta” para transpormos desafios e isto é saudável. No entanto, quando a ansiedade é exacerbada, caracteriza-se como uma patologia, visto que o organismo passa a um constante “estado de alerta” sendo muito prejudicial, pois dificulta a vida do indivíduo.
Um ataque ou crise de pânico se caracteriza por um desequilíbrio ou alteração neuroquímica no cérebro de alguns neurotransmissores como a serotonina e a noradrenalina. No caso de um ataque de pânico, esta descarga de adrenalina prepara o organismo para a luta ou fuga sem que haja uma ameaça específica, ou seja, sem que exista uma ameaça real, se caracterizando por um estado agudo e extremo de medo irracional, em um curto período de tempo em que atinge o ápice de extrema ansiedade entre 15 a 20 minutos.
Uma crise ou ataque de pânico é algo terrível. Muitos sintomas advém no mesmo instante e neste momento a pessoa pensa que vai morrer ou enlouquecer,sendo muito comum a procura por emergência, pronto-socorro ou ambulância por queixa cardíaca ou neurológica. Para ser caracterizado como crise, pelo menos quatro dos treze sintomas devem estar presentes concomitantemente, causando extremo sofrimento para quem sofre deste transtorno.
Alguns sintomas de um ataque de pânico são: Falta de ar, tonturas, tremores, visão turva, náuseas, suores e calafrios, boca seca, ondas de calor, formigamento nas extremidades (mãos e pés), sensação de desmaio, dores de cabeça, agitação, taquicardia (palpitações), sensação de morte iminente, medo de enlouquecer, desrealização e despersonalização.
Vale a pena ressaltar que um episódio isolado de crise de pânico não fecha um diagnostico de transtorno do pânico. Qualquer pessoa pode ter uma crise isolada em situações de extremo estresse.
Para prevenir uma nova crise, é necessário, sobretudo, que o paciente realize o tratamento farmacológico no tempo especificado pelo psiquiatra. O mesmo vale para o tratamento psicoterapêutico, que deve ser aderido com seriedade, colaborando com a execução das técnicas. A psicoterapia tem um papel nuclear na prevenção de novas crises de pânico, pois através desta, novos padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos promoverão a construção de novas sinapses e a isto em Psicologia chamamos de ressignificação.
Para prevenir uma nova crise, a Psicoeducação é palavra-chave:
A melhor maneira de lidar com um problema é conhecendo o problema. O melhor meio de enfrentamento de qualquer doença é conhece-la de maneira detalhada, precisa e específica. Obter todas as informações possíveis acerca do Transtorno de Pânico é fundamental no processo de cura e faz parte das intervenções psicoeducativas.
Profissionais da saúde que trabalham em emergências e pronto-socorros devem estar tecnicamente preparados para identificar um caso de transtorno do pânico. Após a realização de todos os exames clínicos e seus respectivos resultados negativados, deve-se verificar se está ocorrendo abstinência de alguma substancia química ou o uso de estimulantes de maneira excessiva. Isto porque a abstinência e o uso de algumas substâncias podem provocar um quadro clínico de crise do pânico. Caso todos os exames clínicos estejam negativados e seja excluída uma crise de abstinência, poderemos fechar o diagnóstico de Síndrome do Pânico.
Reveja seus hábitos para prevenir uma nova crise:
Hoje, com o “corre-corre” e a competitividade, abdicamos de momentos que são substanciais para nosso bem estar biopsíquico, físico, social,e espiritual, mas ninguém dispõe de tempo ou prioriza estes aspectos.
Precisamos rever nossos padrões de comportamento diante do estresse cotidiano, intercalando momentos de trabalho e estudo com momentos de lazer saudável, que nos promovam relaxamento e bem estar.
Quando um organismo não está bem, este emite sua linguagem corporal através de sintomas para advertir que precisamos dar uma pausa. O corpo dá sinais de alerta, que desconsideramos porque não podemos deixar de realizar as metas que foram propostas ou impostas pelos outros ou por nós mesmos, e que muitas vezes estão além das nossas possibilidades físicas e emocionais. Quando este pedido é ignorado, o próprio organismo promove esta “parada” através de estados doentios e sintomáticos.
Por este motivo, é necessário sabermos o que o nosso corpo está tentando nos comunicar através de sua sintomatologia. Desenvolver esta escuta corporal pode evitar muito sofrimento, principalmente para as pessoas que possuem vulnerabilidade genética para os transtornos de ansiedade.
Muito importante também é evitar substâncias que ativem o sistema nervoso simpático, tais como a ingestão de café excessivo, dentre outras substancias que contenham cafeína, como a teína (encontradas no chá) e estimulantes, como por exemplo o guaraná. Evitar bebidas alcoólicas e cigarro é essencial.
Vale a pena corroborar no que concerne a todos os hábitos dos pacientes, bem como fatores de estresse que precisam ser revistos e que contribuíram ou ainda contribuem para a permanência do Transtorno do Pânico.
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Parte integrante do livro Liberte-se do Pânico e viva sem medo!
Imagem de Khusen Rustamov por Pixabay
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