Há pouco tempo reencontrei um grande amigo, publicitário bem sucedido, chegou ao topo da carreira em 2013 quando foi eleito o diretor de criação número 1 no mundo pelo Cannes Report. Essa história do Eduardo Marques eu já conhecia, o que me surpreendeu foi quando, conversando sobre o seu sucesso, ele me disse que chegou onde está porque tem uma significativa história de fracassos, uma série de mal-entendidos, conflitos, erros e demissões.
Automaticamente comecei a refletir sobre até onde os nossos fracassos podem nos levar. Em um mundo que não há espaço para falar disso, onde muitos estão felizes nas redes sociais, compartilhando conquistas, selfies e sucessos. O fracasso é visto como algo puramente negativo, evitado ao máximo e escondido na maior parte das vezes.
Mas, fracassos são bons?
Os fracassos, embora desagradáveis, são naturais e podem ser muito úteis. Os erros fazem parte do processo de aprendizagem, não nascemos sabendo tudo. Mesmo tentando acertar erramos muitas vezes e o principal não é se erramos ou não, porque como diz o ditado errar é humano, mas sim o que fazemos com os nossos erros. Como eu lido com aquilo que saiu totalmente ao contrário do que eu gostaria?
Ter espaço para falar disso com naturalidade e refletir sobre o que saiu errado, pode nos trazer um excelente crescimento, mas, geralmente temos vergonha e buscamos esconder o fracasso até de nós mesmos. A consequência disso é que, além de desperdiçarmos uma oportunidade de mudança íntima, gastamos muita energia tentando evitar o fracasso a qualquer custo e também encontramos dificuldade em suportar as falhas do outro. Aceitar que somos falíveis nos torna mais humanos conosco e com o mundo.
O fracasso não significa desistir?
Depende. O fracasso pode significar o fim de um caminho, mas também a possibilidade de um novo. Tudo é uma questão de onde se quer chegar e a energia empregada nisso. Quando falamos de trabalho, de uma profissão que é a nossa vocação, como o caso do Eduardo, os erros passados mostram o que não é bom, o que deve ser evitado e, assim, nos aproximamos mais do caminho do sucesso. O problema é quando encaramos o fracasso como o fim da linha, e nos depreciamos por isso. Se associamos o fracasso ao fim, é natural que não queiramos aceitá-lo, mas se compreendemos que ele é parte fundamental do sucesso, a chance de um novo caminho mais bem planejado surge e os erros poderão ser vistos de forma mais natural, utilizados para enriquecer a nossa vida e possibilitar importantes conquistas.
“Muitas vezes nossos erros nos beneficiam mais do que nossos acertos. As façanhas enchem o coração de presunção perigosa; os erros obrigam o homem a recolher-se em si mesmo e devolvem-lhe aquela prudência de que os sucessos o privaram” François Fénelon
Marcela Pimenta Pavan, psicóloga clínica, CRP 05/41841. Atendimento: Largo do Machado – R.J e pelo site acaminhodamudança Contatos: [email protected] Escrito por Marcela Pimenta Pavan todos os direitos reservado