Você costuma morder os lábios ou vive cutucando o canto da unha? Esses pequenos hábitos, aparentemente inofensivos, podem ter um significado mais profundo do que simples manias. Segundo especialistas, eles podem estar ligados à ansiedade, ao perfeccionismo e até mesmo a dificuldades em lidar com emoções.
Pequenos hábitos, grandes sinais
Ao site Minha Vida, a psicóloga Leninha Wagner, esses comportamentos são, muitas vezes, reflexos do estado emocional de uma pessoa. “Quando alguém morde os lábios ou cutuca a unha repetidamente, pode estar tentando aliviar tensões emocionais ou lidar com sentimentos de ansiedade, frustração ou insegurança”, explica a especialista.
Esses hábitos podem surgir de maneira inconsciente, como um mecanismo automático de alívio da tensão, especialmente em momentos de estresse, preocupação ou tédio. “Nem sempre indicam um problema grave, mas dificilmente são apenas manias sem significado”, destaca Leninha.
Para algumas pessoas, essas atitudes aparecem de forma pontual, como antes de uma prova ou reunião importante. No entanto, quando se tornam frequentes e difíceis de controlar, podem sinalizar que há algo mais profundo precisando ser trabalhado.
Quando o hábito vira um problema
Embora, inicialmente, esses comportamentos possam parecer inofensivos, eles podem se tornar compulsivos e prejudiciais se não forem tratados. Leninha alerta que, em casos mais graves, a pessoa pode acabar se machucando sem perceber. “Ela pode morder os lábios até sangrar ou arrancar a pele ao redor das unhas de maneira excessiva”, explica.
Além do impacto físico, essas atitudes podem gerar um ciclo difícil de quebrar. Muitas pessoas sentem alívio momentâneo ao repetir o hábito, mas depois experimentam culpa e frustração, o que aumenta ainda mais a ansiedade e o estresse emocional. “Esse tipo de comportamento pode indicar uma forma inconsciente de lidar com emoções reprimidas. Se não for compreendido e trabalhado, a tendência é que se intensifique”, alerta a especialista.
Como controlar hábitos compulsivos
Superar esses comportamentos pode ser um desafio, mas não é impossível. O primeiro passo é prestar atenção aos momentos em que eles ocorrem. “Observar em quais situações esse comportamento aparece pode revelar os gatilhos emocionais por trás da ação”, orienta Leninha. Muitas vezes, esses hábitos surgem de forma automática, sem que a pessoa perceba, e identificá-los já é um grande avanço.
Após reconhecer o padrão, é possível criar estratégias para redirecionar essa energia. Pequenas mudanças no ambiente, como manter as mãos ocupadas com um objeto sensorial ou usar hidratante labial para evitar mordidas, podem ser úteis. Além disso, técnicas de relaxamento e exercícios de respiração ajudam a reduzir a tensão emocional.
“Buscar formas saudáveis de expressar as emoções, como a escrita, a arte ou atividades físicas, pode diminuir a necessidade de recorrer a esses comportamentos”, sugere a psicóloga. No entanto, se a dificuldade persistir, pode ser um sinal de que há algo mais profundo a ser trabalhado. “O acompanhamento profissional é essencial para entender as causas emocionais envolvidas e desenvolver maneiras mais equilibradas de lidar com essas questões”, finaliza Leninha Wagner.