Estamos muito acostumados a ler conselhos e recomendações em livros, sites e revistas falando sobre o tipo de relacionamento ideal que todos devemos ter. Eles falam repetidamente sobre o que devemos e o que não devemos fazer em uma relação, como se existisse uma única fórmula mágica para alcançar a felicidade a dois.
A verdade é que os seres humanos são criaturas extremamente complexas, mesmo considerando as particularidades de uma única pessoa. Imagine, então, quando colocamos duas pessoas, cada uma com todas as suas diferentes nuances e características, para passar “o resto da vida” juntas.
Será que, mesmo com todas as diferenças de comportamento, personalidade e preferências de cada um, é mesmo possível definir um único relacionamento considerado como ideal? Acreditamos que não.
É fundamental descobrir o que funciona para você e para o seu parceiro individualmente, e para vocês dois juntos, pois dessa forma a chance de ambos ficarem felizes com o relacionamento que levam é muito maior. A pergunta não deveria ser “Como é um relacionamento ideal?” e sim “Como é um relacionamento ideal para nós?”.
Devemos sair juntos, devemos sair separados, devemos fazer sexo x vezes por semana, devemos manter hobbies individuais, devemos ter interesses em comum, e uma infinidade de outros “devemos” que estão espalhados por aí.
Na verdade, no que diz respeito ao âmbito dos relacionamentos, todos estes “devemos” poderiam ser substituídos simplesmente por “devemos fazer o que nos faz feliz.” Tão simples, tão óbvio, mas muitas vezes nos perdemos em meio a regras impostas pela sociedade e conselhos alheios.
Se os membros de uma relação estiverem felizes com ela, isso é o que importa. Não há certo nem errado, basta seguir o seu coração e criar as suas próprias regras, que devem funcionar apenas para você e para o seu parceiro.
É importante frisar a segunda parte desta frase: “Não há certo nem errado enquanto ambos os membros da relação estiverem felizes.” Ou seja, de nada adianta uma pessoa estar feliz e a outra não. Você realmente não deve satisfações a respeito do seu relacionamento à sociedade, aos seus amigos, ou até à sua família, mas se você decidiu viver uma vida a dois, as características dele devem ser definidas em conjunto.
É por isso que o diálogo é fundamental. A comunicação é um dos aspectos mais importantes para o sucesso ou o fracasso de uma relação, e não podemos ter medo de utilizá-la da melhor maneira possível.
Converse com o seu parceiro, entenda o que é melhor para os dois, mantenha as portas do diálogo e da comunicação sempre abertas. De nada adianta impor algo à outra pessoa, pois a longo prazo a situação se tornará insustentável se ambos não estiverem satisfeitos.
Embora estejamos falando que não há certo nem errado e que cada casal pode estabelecer as suas próprias regras, é importante se lembrar de que o respeito é fundamental, e uma relação nunca poderá funcionar sem ele.
Há alguns comportamentos, como o egoísmo, o uso da chantagem emocional, o uso da manipulação, o ato de fazer o outro sempre se sentir culpado, o ciúme exagerado, a inveja, entre outros, que realmente não podem ter vez em um relacionamento saudável.
Na vida, queremos sempre somar, e não subtrair. Não importa quais características ou traços da personalidade a outra pessoa tenha, mas a convivência com ela deve colocá-lo “para cima,” e não “para baixo.” Independentemente de qualquer coisa, queremos estar com alguém que nos faz bem.
Muitas vezes nos prendemos a certos valores e conceitos definidos pela sociedade em relação ao que é certo e ao que é errado, e mesmo sabendo que eles não funcionam para nós, prosseguimos com eles por medo do que os outros irão dizer.
Um casal que não quer ter filhos, por exemplo, ouve todo tipo de comentário a respeito desta decisão, principalmente de pessoas mais tradicionais que não conseguem imaginar uma vida sem filhos. Se você buscar algo diferente do “convencional,” não tenha medo de ir atrás deste tipo de relação que irá fazer você e o seu parceiro felizes. Se você não está desrespeitando ninguém, definitivamente não vale a pena se preocupar com o julgamento dos outros.
Cada um de nós, como sociedade, também deve repensar os nossos próprios comportamentos quando julgamos um relacionamento alheio. Se um casal quiser dormir em quartos separados, mesmo que para nós isso pareça algo absurdo e fora do normal, devemos entender que cada um deve tomar suas próprias decisões.
Guarde seus comentários para si, e deixe que cada casal viva o seu relacionamento e a sua vida da melhor forma possível. Se quisermos que parem de julgar as nossas relações, precisamos aprender também a parar de julgar as dos outros.
Imagem de capa: Shutterstock/asife
TEXTO ORIGINAL DE MELHOR COM SAÚDE
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