A morte é um dos assuntos mais absurdos, porque o ser humano apenas se reconhece a partir da aceitação de sua finitude. Mas muitos homens e mulheres negam a finitude, pois a morte não permite que levem seus bens, dinheiro e orgulho.
O mundo ocidental transformou a morte num pesadelo kafkiano: ela é escondida das crianças, eliminadas das conversas, os funerais são breves e os enlutados devem voltar rápido à vida normal.
A pandemia mostrou que os enlutados não fazem mais parte das notícias e das responsabilidades coletivas, já que as mortes de milhares de pessoas pela covid-19 poderiam ter sido evitadas. Lembrar isso acaba com o sossego dos poderosos.
Na verdade, os vírus, as guerras e as crises climáticas revelam a probabilidade de não estarmos vivos amanhã, o que desmistifica a lógica fria de monetizar à vida.
Por isso que a finitude não cabe na visão cartesiana, uma vez que ela rompe com a ideia de dominar tudo através da razão econômica. É como disse o filósofo Arthur Schopenhauer: “Morrer é um absurdo”.
O sociólogo Norbert Elias afirmou que os ritos fúnebres foram esvaziados, visto que nós, os viventes, não queremos refletir que a morte é um fato real, então, nos afastamos dos moribundos, sobretudo, dos que são vítimas dos vírus e das guerras.
Portanto, Sigmund Freud analisou que a sociedade nega os conflitos entre Eros, o instinto de vida e Tanatos, o instinto de morte. Para Freud, a composição dessas forças, que estão dentro de nós, causaria o equilíbrio e a energia necessária para concebermos a vida e a morte.
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Jackson Buonocore
Sociólogo, psicanalista e escritor
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