Obesidade: Uma doença ou um estilo de vida?

Por Ilíada Alves

Esse é um tema que desperta o interesse de muitos, afinal, a incansável busca pelo corpo perfeito aparece como um “vilão” presente na rotina de grande parte das pessoas!

O entendimento a respeito dos verdadeiros motivos acerca do excesso de peso é o primeiro passo para aprender a lidar com as questões alimentares. Ao contrario do que muitos pensam, a obesidade vai bem além do que uma “simples força de vontade” em parar de comer! Essa é considerada uma doença clínica de ordem multifatorial, em que envolve componentes genéticos, psicológicos, metabólicos, endócrinos, comportamentais e sociais.

Alguns estudos mostram que pessoas obesas apresentam maiores níveis de sintomas depressivos, ansiosos, bem como, alterações do comportamento alimentar. Isso acontece, porque normalmente a alimentação está ligada ao afeto e, portanto, aparece como uma forma de lidar com as emoções e sofrimento psíquico.

Por esses e outros motivos, é determinante que a obesidade seja tratada seriamente através do acompanhamento de uma equipe multiprofissional para que se obtenha um resultado satisfatório. No caso do psicólogo, este trabalha as questões afetivas, sociais e de adaptação a uma nova rotina de hábitos saudáveis, fazendo com que o indivíduo reinvente a sua forma de lidar com a comida.

Além disso, os obesos comumente sofrem discriminação social, podendo comprometer a sua autoestima. Sendo assim, os danos psicológicos causados durante a infância e ao longo da vida, também podem ser trabalhados em psicoterapia.

Bom, discutimos aqui uma série de fatores que justificam o fato da obesidade não ser considerada apenas como uma opção de estilo de vida. Na maioria dos casos, fatores orgânicos como de desequilibro hormonal e a busca pelo prazer desencadeado pelas redes de recompensa do cérebro, exercem influência significativa no consumo excessivo de alimentos hipercalóricos.

O gatilho inicial para o desenvolvimento dessa doença pode ser alguma situação marcante vivenciada em algum momento da vida.  Portanto, ser magro não interfere nos valores e potenciais de uma pessoa. Não julgue, procure um tratamento! Caso você seja familiar ou amigo próximo de alguém que enfrenta esse tipo de dificuldade, procure um profissional de saúde que possa te orientar a respeito da melhor forma sobre como conduzir essa situação!

Ilíada Alves

Psicóloga CRP 06/111920 Terapeuta Cognitiva Comportamental pelo Núcleo de Terapia Cogntiva da Bahia (NTCBA). Especialista em Transtornos Alimentares e obesidade pelo CEPSIC - HCFMUSP. Gerente do CAPS II. Coordenadora da Equipe AT Bahia. Autora do Instagram: @muraldapsicologia Contato: (071) 99219-3029

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