Por Verônica Barban Isaac Botelho
“Danos emocionais podem ser minimizados se houver a manutenção de uma relação segura e próxima ao pai e a mãe.”
O divórcio, em geral, é resultado de uma sequência de pequenas crises de desequilíbrio entre o casal durante suas vivências. Quando ele acontece, primeiramente desorganiza todo o ambiente a sua volta, tudo é novo, e muitas vezes assustador, principalmente para os filhos. Porém, o que desestabiliza emocionalmente os mesmos não é a separação dos pais em si, mas como ela é administrada pelo casal. O comportamento dos filhos dependerá, daí por diante, da atenção e conduta dos pais, principalmente daquele que tiver a sua guarda.
Prever as consequências psicológicas, sociais e econômicas para todos os envolvidos é fundamental, principalmente para os dependentes do relacionamento, lembrando que a separação é dos pais e não dos filhos. Mesmo estando em um período de separação eles precisam se unir por seus filhos.
É necessário que os pais adotem condutas positivas para tornar esse momento o menos difícil possível, fazendo com que seus filhos se sintam amados por ambos. Avisá-los antes da partida efetiva de um dos pais, tentar fazer o mínimo de mudança na vida deles, tranquilizá-los sobre as visitas regulares, encorajá-los a falar e deixar claro que eles não são culpados pelo divórcio, são condutas essenciais. Junto a isso é importante também tentar proteger os sentimentos positivos de seu filho em relação a ambos os pais, manter a disciplina normal nas casas e não discutir com seu ex-cônjuge sobre os filhos na presença deles.
O seu filho precisa de estabilidade e de segurança! Assim, depois do período de mudança é possível que a nova vida dele seja normal e saudável, o que depende também das expectativas dos adultos. Vale salientar que você não precisa suprir o seu filho a todo momento pela falta do outro e os limites tem que continuar sendo impostos.
Nos casos em que o divórcio traz ressentimentos, em que seus filhos não são auxiliados e amparados, se tornam alvo de disputa ou vistos como extensão do ex-companheiro, é preciso ficar atento. A situação em que o relacionamento deles com um dos pais fica empobrecido e que ele se sente rejeitado, o resultado não é positivo. O filho pode vir a apresentar, dependendo da idade, atitudes regressivas, um declínio no seu rendimento escolar e no relacionamento com colegas, ansiedade, depressão e comportamentos rebeldes ou desorganizados.
Evitar disputas pela guarda é outra conduta que deve ser adotada, exceto em casos em que o pai que a possui estiver causando danos ou problemas ao filho. Caso um dos pais se afaste, por esse motivo ou por sua própria decisão, peça a parentes ou amigos para passar mais tempo com seu filho e explique a ele a possibilidade dessa relação naquele momento.
A leitura de livros que relatem a tristeza e o medo de outras pessoas que tiveram os pais separados funciona como um suporte, para que seu filho entenda que ele não é o único e para que se fortaleça.
O divórcio de um casal é um problema que a família toda enfrenta. Dependendo da conduta dos envolvidos ele pode transformar-se num problema muito maior, ou pode ser para cada um apenas um período de mudança e adaptação aos novos padrões de relacionamento.
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Verônica Barban Isaac Botelho
Psicóloga
CRP 06/89938